segunda-feira, 1 de abril de 2013

Angola: Viúva de Neto pediu esforço de divulgação da memória coletiva dos nacionalistas




Jornal de Angola, com foto

A viúva do primeiro Presidente de Angola, Maria Eugénia Neto, defendeu em Luanda a necessidade de se divulgar melhor a memória colectiva dos nacionalistas angolanos para que os jovens tenham referências positivas.

Maria Eugénia Neto, que falava à Angop, disse que é preciso haver um grande trabalho de politização e de cidadania, estabelecendo planos curriculares nas universidades e nas escolas secundárias, para que os estudantes absorvam conhecimentos científicos sobre os heróis nacionais.

A presidente da Fundação Agostinho Neto disse que a maioria dos estudantes desconhece o passado de Angola e, concretamente, a história da libertação nacional, defendendo a transmissão de conhecimentos de forma constante e não só nas efemérides. 

Maria Eugénia Neto disse que se bateu pessoalmente pela divulgação e afirmação da memória do primeiro Presidente de Angola e considera que o seu empenho começa agora a apresentar resultados.

A também escritora disse que a juventude precisa de se orgulhar dos heróis nacionais, porque “foram homens [e mulheres] que deram tudo de si para que hoje houvesse uma pátria chamada Angola”.

Episódios na sombra

O vice-presidente do MPLA, Roberto de Almeida, defendeu recentemente, em Luanda, a recolha de dados para a reconstrução da “verdadeira História de Angola, devido ao valor seu valor educativo e formador para as novas gerações”. “Há muitos episódios que ficam na sombra, muitos protagonistas que não são conhecidos e pouco a pouco, com depoimentos desta e daquela pessoa, podemos aperfeiçoar este trabalho de investigação”, disse Roberto de Almeida.

A transmissão da História de Angola vem sendo feita por diversos autores, alguns dos quais foram protagonistas. “Acho muito válido este trabalho e as publicações, porque são importantes para a História de Angola”, acrescentou. O vice-presidente do MPLA afirmou que a luta de libertação nacional teve várias facetas, tal como a luta clandestina. 

Relativamente à obra “Angola: processos políticos da luta pela Independência”, Roberto de Almeida disse que é uma publicação importante, por retratar aspectos que nem sempre foram divulgados. 

O livro tem 515 páginas e apresenta cópias de processos, inquéritos da PIDE, polícia política portuguesa, guias de internamento, actas de julgamentos realizados durante o processo de luta pela independência.

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