Jornal de Angola,
com foto
A viúva do primeiro
Presidente de Angola, Maria Eugénia Neto, defendeu em Luanda a necessidade de
se divulgar melhor a memória colectiva dos nacionalistas angolanos para que os
jovens tenham referências positivas.
Maria Eugénia Neto,
que falava à Angop, disse que é preciso haver um grande trabalho de politização
e de cidadania, estabelecendo planos curriculares nas universidades e nas
escolas secundárias, para que os estudantes absorvam conhecimentos científicos
sobre os heróis nacionais.
A presidente da Fundação Agostinho Neto disse que a maioria dos estudantes
desconhece o passado de Angola e, concretamente, a história da libertação
nacional, defendendo a transmissão de conhecimentos de forma constante e não só
nas efemérides.
Maria Eugénia Neto disse que se bateu pessoalmente pela divulgação e afirmação
da memória do primeiro Presidente de Angola e considera que o seu empenho
começa agora a apresentar resultados.
A também escritora disse que a juventude precisa de se orgulhar dos heróis
nacionais, porque “foram homens [e mulheres] que deram tudo de si para que hoje
houvesse uma pátria chamada Angola”.
Episódios na sombra
O vice-presidente do MPLA, Roberto de Almeida, defendeu recentemente, em
Luanda, a recolha de dados para a reconstrução da “verdadeira História de
Angola, devido ao valor seu valor educativo e formador para as novas gerações”.
“Há muitos episódios que ficam na sombra, muitos protagonistas que não são
conhecidos e pouco a pouco, com depoimentos desta e daquela pessoa, podemos
aperfeiçoar este trabalho de investigação”, disse Roberto de Almeida.
A transmissão da História de Angola vem sendo feita por diversos autores,
alguns dos quais foram protagonistas. “Acho muito válido este trabalho e as
publicações, porque são importantes para a História de Angola”, acrescentou. O
vice-presidente do MPLA afirmou que a luta de libertação nacional teve várias
facetas, tal como a luta clandestina.
Relativamente à obra “Angola: processos políticos da luta pela Independência”,
Roberto de Almeida disse que é uma publicação importante, por retratar aspectos
que nem sempre foram divulgados.
O livro tem 515 páginas e apresenta cópias de processos, inquéritos da PIDE,
polícia política portuguesa, guias de internamento, actas de julgamentos
realizados durante o processo de luta pela independência.
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