EL – APN - Lusa
Luanda, 26 abr
(Lusa) - Marcolino Moco, antigo primeiro-ministro angolano e militante de base
do MPLA, partido no poder, disse hoje em Luanda que não descarta uma
candidatura presidencial, mas reconhece ser ainda muito cedo para se pensar no
assunto.
"Tenho
procurado ser um traço de união. Continuo a dizer que sou do MPLA e estou
aberto a todas as forças, porque eu considero que a reconciliação no país não
foi feita. Então talvez uma figura mais velha, como eu, com alguma visibilidade
possa fazer esse papel, porque infelizmente aqui (em Angola) há muito pouca
gente interessada", disse.
Marcolino Moco, que
falava à imprensa no final da sessão de abertura da II Convenção Nacional
Extraordinária do Bloco Democrático, partido angolano sem representação
parlamentar, tem sido o denominador comum, na qualidade de convidado, em
reuniões magnas de forças da oposição.
Desafiado a dizer
se estava disponível para colocar o seu capital político e visibilidade ao
serviço de uma candidatura presidencial respondeu: "poderá acontecer um
dia ou não poderá acontecer. Isso não me preocupa absolutamente nada",
disse.
"Acha que é o
momento para pensarmos em presidenciais? Eu não tenho essa preocupação. Eu não
estou a trabalhar para ser plataforma da oposição. Eu estou a trabalhar na
plataforma nacional, a fazer um apelo para que esse país desperte",
acrescentou.
Marcolino Moco, que
foi o primeiro secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) e secretário-geral do MPLA, voltou a criticar o regime do
Presidente José Eduardo dos Santos, que disse apresentar-se como
"democrático".
"Temos um
regime que se apresenta como democrático, mas que tem uma atração que não se
distancia muito dos regimes autoritários ou até mesmo ditatoriais",
acentuou.
Somente numa ocasião
os eleitores angolanos votaram para eleger um Presidente da República por voto
direto.
Foi em 1992, e a
segunda volta não se chegou a realizar, porque Jonas Savimbi e a UNITA
recusaram os resultados das legislativas e da primeira volta das presidenciais,
após o que se reiniciou a guerra civil angolana.
Em 2008, na segunda
vez que os angolanos foram às urnas num sistema multipartidário, apenas foi
eleita a Assembleia Nacional.
Em agosto de 2012,
foi novamente eleita uma nova Assembleia Nacional, e o Presidente da República
foi eleito por via indireta.
José Eduardo dos
Santos, por ser o primeiro nome da lista apresentada pelo MPLA pelo círculo
nacional, em que foi o partido mais votado, tornou-se automaticamente
Presidente da República.
As próximas eleições
gerais em Angola estão agendadas para 2017.
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