domingo, 17 de novembro de 2013

Moçambique – Eleições Autárquicas: Araújo desafia Forças de Intervenção a disparar

 


Manuel de Araújo, que se recandidata à presidência do município de Quelimane, centro de Moçambique, desafiou hoje os agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) presentes num comício a dispararem contra os apoiantes do MDM.
 
"Estão ali naquele carro agentes da FIR (Força de Intervenção Rápida). São os mesmos que dispararam na Munhava ontem. Mataram os nossos irmãos da Munhava. Queremos lançar um desafio à FIR: comecem a disparar e vão ver onde vão parar", desafiou Manuel de Araújo perante a multidão, referindo-se a incidentes, no sábado, durante uma ação de campanha de Daviz Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na Beira, província de Sofala.
 
Até ao momento, o hospital central da Beira apenas confirmou a existência de 46 feridos.
 
Nos únicos cartazes dos apoiantes do MDM - que atravessaram a cidade a pé - estavam escritas frases de solidariedade para com os cidadãos da Beira.
 
"O presidente e munícipes da cidade de Quelimane condenam os ataques da FIR na Munhava e solidarizam-se com os munícipes da cidade da Beira", exibiam os cartazes empunhados pelos apoiantes do MDM.
 
Durante o discurso que teve como alvo a Frelimo e o "centralismo político moçambicano" Manuel de Araújo disse que o "colonialismo português já terminou" e que "agora tem de acabar o colonialismo da Frelimo", respondendo diretamente à presidente da Assembleia da República que criticou recentemente o presidente da Câmara de Quelimane.
 
"A cidade de Quelimane é nossa, não é deles", disse Manuel de Araújo, referindo-se à Frelimo e em particular à presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo.
 
O MDM venceu as últimas eleições autárquicas, intercalares, em Quelimane, capital da Zambézia, no litoral centro do país.
 
"O povo está na rua. O povo tomou o poder e quando o povo toma o poder é o que para mim se chama democracia. Vamos agora entrar numa segunda fase porque infelizmente, em Moçambique, não é como na Europa ou nas Américas onde o voto do povo se reflete nos resultados das eleições. Aqui o povo vota mas se não houver um controlo efetivo do voto do povo, o resultado pode ser diferente", disse à Lusa Manuel Araújo à margem do comício de encerramento da campanha de recandidatura ao cargo de presidente do município que decorreu sem incidentes.
 
A campanha eleitoral encerra oficialmente às 24:00 (22:00 em Lisboa) e seguem-se dois dias de reflexão antes da votação, na quarta-feira.
 
PSP // SMA - Lusa
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana