Solange Sousa Mendes
– jornal i
A ex-ministra das
Finanças lembra ainda que no tempo em que era ministra das Finanças “não teve a
sorte” de ter um valor tão elevado para contingências
Manuela Ferreira
Leite diz ter dúvidas que gostaria de ver esclarecidas em relação ao orçamento
rectificativo. Pergunta-se, por exemplo, qual o destino da dotação provisional
prevista pelo orçamento, superior a 533 milhões. Esta dotação é uma espécie de fundo
de maneio que o ministério das Finanças tem à disposição para emergências.
No seu comentário
semanal na TVI24, a ex-ministra da Finanças afirma que as pessoas deviam ser
informadas sobre o destino dos 533 milhões de euros, valor muito superior ao
que se perdeu, com o chumbo do Tribunal Constitucional.
Na sua opinião, os
cortes nos rendimentos dos pensionistas deixam assim de ter lógica. "O
fundo de maneio deveria cobri-los", sublinha.
Em tom de crítica,
Ferreira Leite lamenta que “depois do chumbo do TC, o governo voltou a recorrer
às pessoas, em vez de ir à reserva". "Só não há cobertura para os
vencimentos dos funcionários. Desde que sejam pensionistas eles que
paguem", conclui.
A comentadora
lembra ainda que no tempo em que era ministra das Finanças “não teve a sorte”
de ter um valor tão elevado de maneio, já que só tinha cerca de 150 milhões.
Acrescenta que este montante costumava ser usado por exemplo para cobrir os
aumentos anuais dos funcionários dos diversos ministérios.
Ferreira Leite
sublinha que os 533 milhões poderiam "pagar o buraco que se abriu",
embora não tenha sido essa a opção do governo.
Sobre os cortes dos
pensionistas, diz serem muito significativos e que trazem outras consequências.
“Não se trata só de cortar salários. Os cortes têm impacto nos próprios
serviços que devem ser dados às pessoas, como a Educação e a Saúde. Só estamos
a ver friamente quais os cortes na despesa do Estado, sem ver as consequências
reais”, esclarece.
Manuela Ferreira
Leite afirma ainda existir uma incógnita enorme sobre o que vai acontecer
àqueles que já meteram os papéis para a reforma, na Caixa Geral de
Aposentações.
“Dizia-se que não
havia acumulação da CES e do corte de 10%, mas afinal perspectiva-se que sim.
Sem falar da contribuição para a ADSE. Isso significa que quem pediu a
aposentação não sabe quanto vai receber. Pior, ninguém sabe responder-lhes
quanto”, acrescenta.
A economista
finaliza este tema, dizendo que "isto é um problema de consequências muito
graves e sérias na vida das pessoas".
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