segunda-feira, 3 de março de 2014

Egito: DOIS POLÍCIAS CONDENADOS A PRISÃO PELA MORTE DE BLOGUISTA




Dois polícias egípcios foram hoje condenados a dez anos de prisão pela morte de um bloguista, cuja morte desencadeou as manifestações em 2011 que levaram à queda do regime do ex-presidente Hosni Mubarak.

Os dois polícias, Mahmud Salah Mahmud e Awad Ismail Suleiman, foram condenados após um novo julgamento por homicídio e tortura de Khaled Said em junho de 2010, quando o detiveram ilegalmente num cibercafé em Alexandria.

nicialmente, Mahmud e Suleiman foram condenados a sete anos, em outubro de 2011, por brutalidade excessiva.

A morte de Said incendiou manifestações contra o então presidente Hosni Mubarak, depois da publicação 'online' de fotografias do rosto esmagado e deformado do bloguista, de 28 anos.

A tentativa dos responsáveis egípcios de ocultar o homicídio, afirmando que Said morreu depois de engolir um saco com drogas no momento em que foi detido, aumentou a fúria dos opositores de Mubarak.

Um relatório forense indicou, posteriormente, que Khaled Said morreu por asfixia depois de ter sido espancado e que o pacote das drogas foi enfiado na boca quando já estava inconsciente.

Um grupo criado na rede social 'Facebook' denominado "Todos somos Khaled Said" ajudou a organizar 18 dias de manifestações que levaram à queda de Mubarak, em fevereiro de 2011.

O advogado dos acusados disse que ia recorrer do veredito e familiares gritaram para a polícia, que se encontrava no exterior do tribunal: "Venderam os vossos homens".

Mahmud Abdel Rahman, um advogado da família de Said, disse à agência noticiosa francesa AFP que a "justiça tinha sido feita para todos" e que o veredito enviava uma mensagem muito clara "a uma instituição poderosa".

Desde que o presidente islamita eleito Mohammed Morsi foi afastado, em julho passado, o governo apoiado pelos militares tem aumentado a repressão contra os manifestantes, especialmente os apoiantes do movimento islamita Irmandade Muçulmana, ao qual pertence Morsi.

Pelo menos 1.400 pessoas, na maioria islamitas, morreram em confrontos desde que Morsi foi afastado do poder.

Três anos depois do derrube de Mubarak, a polícia egípcia é novamente acusada de brutalidade e maus tratos nos centros de detenção, acusações que o ministério do Interior já negou.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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