sexta-feira, 21 de março de 2014

Moçambique: ANUNCIAR O CANDIDATO NÃO É FAZER CAMPANHA




O Presidente da República, Armando Guebuza, refutou, ontem, em Maúa, no Niassa, que estaria a promover campanha eleitoral antecipada a favor do seu partido, ao apresentar, publicamente, o candidato da Frelimo às eleições presidenciais de 15 de Outubro, Filipe Nyusi.

Falando numa conferência de imprensa que marcou o fim de cinco dias de Presidência Aberta e Inclusiva àquela província, Guebuza, que é igualmente Presidente da Frelimo, interrogou-se se ao anunciar ao povo que o seu partido decidiu eleger Filipe Nyusi seu candidato às presidenciais estaria a fazer campanha eleitoral.

“Significa que o Presidente da República deve estar calado. Isso é coarctar a minha liberdade. Eu tenho a obrigação de explicar, claramente, quem me vai substituir na chefia do Estado”, defendeu o estadista moçambicano, respondendo a uma pergunta que lhe foi colocada sobre esta matéria.

No início da Presidência Aberta e Inclusiva ao Niassa, na passada segunda-feira, o Chefe do Estado anunciou à população da cidade de Lichinga e nos comícios que se seguiram que a Frelimo já tinha decidido quem seria o seu candidato às presidenciais e pediu apoio popular para que Filipe Nyusi continue a conduzir o país na rota do desenvolvimento.

Ainda na conferência de imprensa, Armando Guebuza disse que deixa Niassa satisfeito pelos elevados índices de desenvolvimento socioeconómico alcançados nos quase dez anos da sua governação.

“Sinto-me realizado pelo carinho popular que recebi e, sobretudo, pela predisposição do povo em continuar na senda do desenvolvimento, respeitando, claro, o elemento essencial que é a descentralização”, afirmou Armando Guebuza, vincando ainda como elementos que contribuem para este desenvolvimento o espírito de unidade nacional, a auto-estima e a paz.

Guebuza disse ter notado que o crescimento económico é visível em toda a província, afirmando que no Niassa não ouviu, por exemplo, falar-se de fome.

Armando Guebuza assumiu que, apesar dos elevados índices de desenvolvimento, a província do Niassa tem pela frente enormes desafios. Disse que a rede de energia eléctrica de Cahora Bassa já é uma realidade, o mesmo acontecendo com a telefonia móvel, ficando o desafio da linha férrea que liga Cuamba a Lichinga.

“Este desafio está no bom caminho, pois os estaleiros já estão no terreno. Mas isso vai levar ainda muito tempo. Dois, três anos”, indicou o Chefe do Estado.

Salientou que o outro desafio é a estrada Cuamba-Marrupa, mas que se o projecto não avança tudo se deve à falta de recursos.

“Muita coisa boa está a acontecer no Niassa em prol do desenvolvimento”, frisou.

Estando no final do seu mandato, quisemos saber se o seu provável sucessor na chefia do Estado daria seguimento ao projecto dos “sete milhões”. Armando Guebuza respondeu que esse daria certamente seguimento às políticas da Frelimo.

Salomão Muiambo – Jornal Notícias (mz)

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