O Presidente da
República, Armando Guebuza, refutou, ontem, em Maúa, no Niassa, que estaria a
promover campanha eleitoral antecipada a favor do seu partido, ao apresentar,
publicamente, o candidato da Frelimo às eleições presidenciais de 15 de Outubro,
Filipe Nyusi.
Falando numa
conferência de imprensa que marcou o fim de cinco dias de Presidência Aberta e
Inclusiva àquela província, Guebuza, que é igualmente Presidente da Frelimo,
interrogou-se se ao anunciar ao povo que o seu partido decidiu eleger Filipe
Nyusi seu candidato às presidenciais estaria a fazer campanha eleitoral.
“Significa que o
Presidente da República deve estar calado. Isso é coarctar a minha liberdade.
Eu tenho a obrigação de explicar, claramente, quem me vai substituir na chefia
do Estado”, defendeu o estadista moçambicano, respondendo a uma pergunta que
lhe foi colocada sobre esta matéria.
No início da
Presidência Aberta e Inclusiva ao Niassa, na passada segunda-feira, o Chefe do
Estado anunciou à população da cidade de Lichinga e nos comícios que se
seguiram que a Frelimo já tinha decidido quem seria o seu candidato às
presidenciais e pediu apoio popular para que Filipe Nyusi continue a conduzir o
país na rota do desenvolvimento.
Ainda na
conferência de imprensa, Armando Guebuza disse que deixa Niassa satisfeito
pelos elevados índices de desenvolvimento socioeconómico alcançados nos quase
dez anos da sua governação.
“Sinto-me realizado
pelo carinho popular que recebi e, sobretudo, pela predisposição do povo em
continuar na senda do desenvolvimento, respeitando, claro, o elemento essencial
que é a descentralização”, afirmou Armando Guebuza, vincando ainda como
elementos que contribuem para este desenvolvimento o espírito de unidade
nacional, a auto-estima e a paz.
Guebuza disse ter
notado que o crescimento económico é visível em toda a província, afirmando que
no Niassa não ouviu, por exemplo, falar-se de fome.
Armando Guebuza
assumiu que, apesar dos elevados índices de desenvolvimento, a província do
Niassa tem pela frente enormes desafios. Disse que a rede de energia eléctrica
de Cahora Bassa já é uma realidade, o mesmo acontecendo com a telefonia móvel,
ficando o desafio da linha férrea que liga Cuamba a Lichinga.
“Este desafio está
no bom caminho, pois os estaleiros já estão no terreno. Mas isso vai levar
ainda muito tempo. Dois, três anos”, indicou o Chefe do Estado.
Salientou que o
outro desafio é a estrada Cuamba-Marrupa, mas que se o projecto não avança tudo
se deve à falta de recursos.
“Muita coisa boa
está a acontecer no Niassa em prol do desenvolvimento”, frisou.
Estando no final do
seu mandato, quisemos saber se o seu provável sucessor na chefia do Estado
daria seguimento ao projecto dos “sete milhões”. Armando Guebuza respondeu que
esse daria certamente seguimento às políticas da Frelimo.
Salomão Muiambo –
Jornal Notícias (mz)
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