Rita Tavares –
jornal i
Assunção apresentou hipótese aos líderes das bancadas depois de ter reunido com
militares
A presidente da
Assembleia da República pôs ontem à consideração dos líderes parlamentares a
possibilidade de os capitães de Abril intervirem no plenário na sessão solene
no parlamento que marca o aniversário do 25 de Abril. Mas a maioria opôs-se,
pelo que os discursos com que os militares querem marcar os 40 anos da
Revolução serão feitos à mesma hora da cerimónia do parlamento, mas no Largo do
Carmo, em Lisboa.
De acordo com as
normas regimentais do parlamento, cabe ao presidente da Assembleia da República
"convidar, a título excepcional, individualidades nacionais e estrangeiras
a tomar lugar na sala das reuniões plenárias e a usar da palavra", mas
sempre depois de levar o assunto à conferência de líderes. Foi isso que fez
ontem Assunção Esteves, no dia em que visitou a Associação 25 de Abril, numa
tentativa de serenar ânimos depois da polémica da última semana. Os militares
de Abril só admitiam estar na sessão solene se pudessem intervir, o que a
presidente tinha ficado de analisar mas no final da semana recuou, referindo-se
à exigência dos militares como "problema deles".
Ontem, na
Associação 25 de Abril, Assunção expressou "carinho e gratidão sem
limites" pelos capitães, mas não resolveu a questão que só mais tarde, de
volta ao parlamento, pôs à consideração dos líderes parlamentares, meses depois
de ter sido suscitada pela primeira vez por Vasco Lourenço. Mas na reunião com
os líderes "não ocorreu o consenso necessário para a intervenção de um
representante da Associação 25 de Abril" na sessão solene, refere o
comunicado de imprensa da presidente da Assembleia da República. O PS, o PCP e
o BE não se opuseram, mas a maioria rejeitou a ideia.
Imediatamente antes
desta reunião, os militares estiveram no parlamento para a inauguração da
exposição "O Nascimento de Uma democracia". Assunção registou o
encontro dos "criadores, os capitães, com a criação, a democracia".
Voltarão a estar na AR para uma homenagem a Marques Júnior. E no dia 25 de
Abril vão discursar, mas fora do parlamento, numa cerimónia paralela.
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