quinta-feira, 15 de maio de 2014

CAVACO NA CHINA E A SAÍDA LIMPA NA PORCALHOTA* PORTUGUESA



Mário Motta, Lisboa

Cavaco visita o grande irmão chinês e enche a boca com a pseudo saída limpa de Portugal perante a troika, que alegadamente se vai embora de Lisboa este mês. O que que Cavaco omite é que os portugueses estão a sobreviver muito pior agora do que antes e que também ele tem responsabilidades no sorvedouro que representa enquanto político no desempenho de funções que somam duas décadas – primeiro-ministro e presidente da República. A começar, atualmente, por gastar mais como PR que o rei de Espanha e outros em países europeus a desempenhar cargos similares. Para ele, Cavaco, a crise não existe. Nem existem esfomeados, nem portugueses sem-casa ou com casa mas sem a mínima possibilidade financeira de consumirem bens básicos como o gás (para cozinhar), a eletricidade (propriedade atual do grande irmão chinês – EDP), ou até mesmo o bem precioso que é a água. A comida é igualmente um bem escasso, raro ou inexistente. Portugal está a voltar ao tempo salazarista sob a presidência de Cavaco Silva. Uma sardinha tem de bastar para três e assim é dividida. E vá lá, já não é mau – pensam os pobres de espírito como Cavaco. Pior são os milhares que nem uma sardinha têm para dividir e comer sendo então obrigados a despir a sua dignidade e recorrer à sopa dos pobres nas implementadas cantinas sociais que a caridadezinha governativa não se envergonha de elogiar – que já está a ser um negócio macabro para alguns “benfeitores”, além de uma obsessão do ministro Mota, do CDS, que ocupa a pseudo segurança social.

E por lá anda Cavaco (com vasta comitiva) na China e nas loas. Na boa-vai-ela. Pago pelos portugueses espoliados e famintos. Talvez angariando negócios e “negócios” na fartura do grande irmão chinês onde o trabalho infantil e outras injustiças são comuns. Flagrantes e inadmissíveis violações dos Direitos Humanos - razoado de preceitos básicos que são coisa que não é para cumprir. Faltar a estes direitos também será a ambição de Cavaco e do seu governo (pela prática): proporcionar aos trabalhadores algo semelhante ao esclavagismo com as vantagens a correr como rio caudaloso e célere para as contas bancárias dos amigões (e não amigões) grandes empresários, banqueiros, doutores da mula-ruça e outros que tais do seu séquito.

E o grande irmão chinês, ao ver os definhados trabalhadores portugueses, lá virá com uns quantos dólares ou euros investir e fazer crescer a China até à Europa, mais precisamente Portugal. Um país semelhante à Porcalhota*, onde uma elite resfastelada na ganância, na avareza e na mentira, se refere a uma pseudo "saída limpa" e num “Portugal que está melhor”. Melhor para as elites, isso sim. Os saques têm sido constantes, à medida das imposições sacrificiais do governo de Cavaco Silva chefiado por Passos Coelho e Portas. O resto é ficção para enganar português e pôr-lhe os olhos em bico, ao agrado e semelhança do grande irmão chinês.

Pôr mais na escrita sobre este escalavrado político nem merece mais uma linha. A impregnação do seu salazarismo leva-nos ao vómito se se abusar ao escrever ou verbalizar demasiado o nome de Cavaco Silva – o PR só de alguns, de muito poucos.

Vá, senhores da China, venham lá explorar o trabalho dos portugueses com salários de miséria e fome de criar bicho. Correspondendo à vontade dos vendilhões do país que agora vos visitam com toda a pompa e circunstância. Despudoradamente.

*Porcalhota – aglomerado imundo e descrito por alguns autores portugueses em romances da era queirosiana. Localidade real que era terreola situada nos arredores de Lisboa, entre a Venda Nova e a Amadora. Imperava a miséria, a imundice a pobreza imposta como na atualidade. Enquanto uma elite desumana, avara e gananciosa se resfatelava na abundância, na boa-vida e na boa-vai-ela.

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(Redação PG)

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