Moçambique não
consegue se livrar do impasse entre a RENAMO e o Governo no que se refere a
desmilitarização dos homens armados do partido de Afonso Dlhakama.
Nesta segunda feira
(19.05), o maior partido da oposição moçambicana colocou mais uma exigência
para se desarmar. Desta vez, relacionada aos observadores internacionais.
Assessores e
reorganização
O diálogo político
entre a RENAMO e o Governo de Moçambique está difícil. A RENAMO quer a presença
de assessores militares estrangeiros no lugar de mediadores internacionais.
A participação de
assessores militares estrangeiros visa fiscalizar o fim dos confrontos entre o
exército e homens armados da maior força política da oposição, no centro do
país.
O chefe-substituto
da delegação governamental, Gabriel Muthisse, porém, classificou de
irresponsável a exigência da RENAMO e disse que isso dilui a existência de um
Estado. Assessoria negocia-se a outros níveis e de acordo com termos de
referência específicos, especificou.
Além disso, a
RENAMO quer a reorganização do exército. Um desejo que o governo considera
inconcebível. Muthisse comenta que isso não faz sentido pois as forças armadas
não estão desorganizadas.
Toma lá dá cá
O Governo já
afirmou que está disposto a integrar os homens armados da RENAMO no exército e
na polícia, respeitando as posições que ocupam dentro do partido.
Mas com relação a
reorganização, Muthisse partiu para a nomenclatura dizendo que a palavra
“organização” significa modificar o organigrama de uma entidade e não é isso
que está a ser discutido.
Além disso,
Muthisse questiona por que uma reorganização, se as forças armadas não estão
desorganizadas, disse ele.
O chefe da
delegação da Renamo, Saimone Macuiane, justificou impasse registrado na ronda
negocial - da última segunda feira - com a não retirada das forças armadas na
zona de conflito.
Ele disse que isso
é necessário para proporcionar tranquilidade aos moçambicanos que vivem
naquelas zonas. Observado isso, a RENAMO está pronta para entregar as armas,
comentou Macuiane.
Em relação a
organização das Forças Armadas, o maior partido da oposição declarou que o fato
permitiria a inclusão dos homens armados do partido de Afonso Dlhakama.
Uma visão de fora
Dom Dinis
Sengulane, um dos observadores do diálogo, afirmou acreditar na capacidade de
se encontrar consenso, mas não esconde a sua tristeza pelo ritmo destes
encontros.
Na opinião dele,
está tudo a caminhar muito lentamente. Mas ele não esconde a esperança ao dizer
que, na medida que as delegações irão se encontrando, irá aumentar a confiança,
defendeu.
Deutsche Welle - Autoria: Romeu
da Silva (Maputo) – Edição: Bettina Riffel / António Rocha
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