O
número de pessoas infetadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH)
tratadas gratuitamente com antirretrovirais (ARV) na Guiné-Bissau multiplicou
por sete em cinco anos, disse hoje à Lusa Anaximandro Menut,
secretário-executivo do Serviço Nacional de Luta contra a SIDA (SNLS).
"Começámos
em 2009 com menos de mil pessoas em tratamento e os dados do primeiro trimestre
de 2014 apontam para mais de 7000 pessoas em tratamento ARV ",
explicou.
O
secretário-executivo do SNLS falava hoje na sede do serviço, em Bissau, na
cerimónia de entrega de motas por parte do Programa Alimentar Mundial (PAM)
para reforço de ações descentralizadas de apoio a seropositivos.
Há
ainda "aproximadamente 10 mil pessoas que fazem pré-TARV (pré-tratamento
antirretroviral), ou seja, às quais já foi diagnosticado VIH, mas estão em fase
de acompanhamento, ainda sem critérios de elegibilidade para tratamento",
acrescentou Anaximandro Menut.
Para
aquele responsável, trata-se de uma "evolução positiva em termos da
resposta nos centros de tratamento ARV em todo o país", numa altura em que
a Guiné-Bissau continua a registar valores alarmantes de prevalência da SIDA,
sublinhou.
"O
VIH e a SIDA representam um desafio enorme para a Guiné-Bissau: a prevalência é
de 3,3% na população geral, mas superior a 5% na faixa etária dos 15 aos 49
anos, uma das prevalências mais elevadas da região", destacou Anaximandro
Menut à Lusa.
No
terreno, uma das preocupações prioritárias passa por prevenir a
"transmissão vertical", ou seja, de mãe para filho, razão pela qual o
SNLS está a fazer apelos constantes para que as grávidas façam testes rápidos
ao VIH, disponíveis em todos os centros de saúde.
Com
um novo governo e Presidente da República prestes a tomar posse, Anaximandro
Menut considera prioritários os contactos com parceiros internacionais para
conseguir mais quantidades de antirretrovirais.
"São
necessários mais medicamentos ARV para poder responder à demanda", refere,
tendo em conta que agora o SNLS só conta com um parceiro, o Fundo Global de
Luta Contra a Sida e a Tuberculose, que financia as atividades a 80 por cento.
"No
passado tínhamos outros parceiros, como o Banco Mundial, que precisamos de
atrair de novo", concluiu.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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