O
exército e homens armados, ligados à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo),
voltaram hoje a confrontar-se no interior de Gorongosa, Sofala, centro de
Moçambique, sem vítimas, disseram à Lusa fontes locais e do maior partido da
oposição
Os
confrontos, segundo fontes da Renamo, ocorreu cerca das 06:00 (05:00 em Lisboa)
em Vunduzi, durante uma nova "incursão do exército" às encostas da
Serra, onde se supõe que esteja refugiado o líder do partido, Afonso Dhlakama.
Este
local situa-se a escassos metros do acampamento de Sadjundjira, de onde
Dhlakama foi desalojado, pelo exército, em outubro passado.
Segundo
disse à Lusa António Muchanga, porta-voz da Renamo, "o exército foi
repelido" ao tentar transpor um dos cordões de segurança do líder do
partido.
"Não
há registo de vítimas no ataque de hoje", declarou à Lusa por telefone uma
fonte militar a partir da Gorongosa.
Na
quinta-feira, dois confrontos entre homens armados e Forças de Defesa e
Segurança, na Casa Banana e Mucodza, a norte de Gorongosa, feriram sete
militares do exército, quando as tropas do Governo foram "travadas com
tiros" num trilho, supostamente quando tentavam "desativar o
esconderijo" do líder da Renamo em Nhadue.
Nos
confrontos, um militar do exército morreu acidentalmente durante as manobras de
recuo dos veículos das Forças de Defesa e Segurança, disse à Lusa uma fonte
médica do Hospital Provincial de Chimoio, para onde foi levado o corpo.
Citada
hoje pelo diário Notícias, a polícia provincial de Sofala confirmou e condenou
os confrontos, cuja responsabilidade atribui à Renamo, mas afastou a existência
de vítimas, mencionando apenas elevadas perdas materiais.
Desde
08 de maio, após o recenseamento de Afonso Dhlakama, na Gorongosa, para as
eleições gerais de 15 de outubro, o partido anunciou um cessar-fogo unilateral,
posteriormente quebrado devido ao reforço de posições na região e ao avanço do
exército para o interior, alegadamente "por colocar em perigo a vida de
Afonso Dhlakama".
Moçambique
vive o seu pior momento político-militar desde a assinatura do Acordo Geral de
Paz (AGP) em 1992, entre a Renamo e o Governo, que pôs fim a guerra civil de 16
anos.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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