quarta-feira, 9 de julho de 2014

Denunciada violação de liberdades académicas em Macau à Amnistia Internacional




Macau, China, 09 jul (Lusa) - Antigos alunos da Universidade de São José (USJ) denunciaram à Amnistia Internacional e a outras duas organizações o despedimento do professor Éric Sautedé e o processo disciplinar instaurado ao docente Bill Chou da Universidade de Macau, noticia a imprensa local.

De acordo com os jornais de Macau em língua portuguesa, o grupo de antigos alunos da Universidade de São José (USJ) contactou a Amnistia Internacional, o Instituto Internacional de Educação e a rede internacional "Scholars at Risk" [rede norte-americana que promove e defende os direitos de académicos e intelectuais] para expor ambas as situações dos docentes de ciência política.

O processo disciplinar de Bill Chou na Universidade de Macau remonta ao final de 2013, pouco tempo depois de o docente ter divulgado a sua filiação na associação pró-democrata Novo Macau (da qual se tornou vice-presidente esta semana), tendo os autores da carta invocado irregularidades no procedimento, defendendo que o mesmo foi motivado pela ação política e cívica do académico.

Já o despedimento sem justa causa do professor Éric Sautedé da USJ ocorreu em junho, e foi motivado pelas suas "convicções" políticas, conforme assumido pelo próprio reitor (Peter Stilwell) da instituição de ensino superior ligada à Universidade Católica.

"Vamos continuar a tentar proteger a liberdade académica e a liberdade de expressão de que tanto precisamos, até vermos reais melhorias e respostas por parte das instituições universitárias em causa", refere a carta enviada às três organizações.

O contacto das três organizações internacionais surge depois de os antigos alunos da USJ terem entregado, na sexta-feira passada, uma petição com 142 assinaturas àquela universidade contra o despedimento de Éric Sautedé.

Na mesma semana, um grupo de cinco alunos da USJ tinha já enviado uma missiva aos ?media', repudiando a rescisão de contrato sem justa causa, afirmando que a instituição de ensino violou as liberdades académicas.

Os alunos invocaram a lei laboral e a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau para sustentarem a ideia de que todos os indivíduos devem ser tratados de forma igual, independentemente das suas convicções e beneficiar de liberdade de expressão em Macau.

FV (DM) // PJA

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