Macau,
China, 09 jul (Lusa) - Antigos alunos da Universidade de São José (USJ)
denunciaram à Amnistia Internacional e a outras duas organizações o
despedimento do professor Éric Sautedé e o processo disciplinar instaurado ao
docente Bill Chou da Universidade de Macau, noticia a imprensa local.
De
acordo com os jornais de Macau em língua portuguesa, o grupo de antigos alunos
da Universidade de São José (USJ) contactou a Amnistia Internacional, o
Instituto Internacional de Educação e a rede internacional "Scholars at
Risk" [rede norte-americana que promove e defende os direitos de
académicos e intelectuais] para expor ambas as situações dos docentes de
ciência política.
O
processo disciplinar de Bill Chou na Universidade de Macau remonta ao final de
2013, pouco tempo depois de o docente ter divulgado a sua filiação na
associação pró-democrata Novo Macau (da qual se tornou vice-presidente esta
semana), tendo os autores da carta invocado irregularidades no procedimento,
defendendo que o mesmo foi motivado pela ação política e cívica do académico.
Já
o despedimento sem justa causa do professor Éric Sautedé da USJ ocorreu em
junho, e foi motivado pelas suas "convicções" políticas, conforme
assumido pelo próprio reitor (Peter Stilwell) da instituição de ensino superior
ligada à Universidade Católica.
"Vamos
continuar a tentar proteger a liberdade académica e a liberdade de expressão de
que tanto precisamos, até vermos reais melhorias e respostas por parte das
instituições universitárias em causa", refere a carta enviada às três
organizações.
O
contacto das três organizações internacionais surge depois de os antigos alunos
da USJ terem entregado, na sexta-feira passada, uma petição com 142 assinaturas
àquela universidade contra o despedimento de Éric Sautedé.
Na
mesma semana, um grupo de cinco alunos da USJ tinha já enviado uma missiva aos
?media', repudiando a rescisão de contrato sem justa causa, afirmando que a
instituição de ensino violou as liberdades académicas.
Os
alunos invocaram a lei laboral e a Lei Básica da Região Administrativa Especial
de Macau para sustentarem a ideia de que todos os indivíduos devem ser tratados
de forma igual, independentemente das suas convicções e beneficiar de liberdade
de expressão em Macau.
FV
(DM) // PJA
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