Danielle
Stesck – Voz da América
Avisto
Botaha, de 27 anos, é estudante de Direito da Universidade Católica na
província de Benguela.
Botaha
sugeriu conversar sobre a actual situação de Angola. Ele explica que há
opressão do Governo e que não há direito de manifestação. “Quem manifesta
é preso, torturado, até mesmo morto. Já mataram os activistas Cassule e
Kamulingue. A gente tenta manifestar e o governo reprime”, desabafa.
De
acordo com Botaha, balas de borracha e até balas de verdade já foram usadas
contra manifestantes. Isso tem causado medo nos jovens, mas Botaha afirma
que, de qualquer maneira, eles são resistentes. Acrescenta que: “há um
grande desejo de mudar este país”.
Botaha
lembrou que o presidente José Eduardo dos Santos nasceu em São Tomé e e por
isso é um estrangeiro. “Nós, como povo angolano, não vivemos como gente,
vivemos como galinha", afirma.
Avisto
Botaha relatou um incidente que aconteceu com ele e amigos no Lobito, no mês
passado. Estavam numa oficina quando apareceram dois oficiais da polícia civil,
que começaram a revistar os amigos dele, os quais reponderam que não haviam
feito nada e que também não tinham nada.
De
acordo com Botaha, os oficiais disseram que eles estavam a fumar cangonha e
começaram a revistá-los, mesmo sem terem provas. Depois, um polícia tirou
uma pistola e bateu na nuca de um dos amigos de Botaha, que começou a sangrar.
Botaha aconselhou o amigo a ficar calmo e ir até a esquadra para conversar. Na
esquadra, o amigo acabou preso sem mesmo ser ouvido. Botaha concluiu dizendo
que o amigo não havia cometido nenhum crime que justificasse a prisão.
Ele
descreveu a situação como muito preocupante. Um outro agravante, segundo ele, é
que não há nenhuma organização dos direitos humanos na província porque foram
fechadas.
Mesmo
assim, Botaha diz não perder a esperança e acredita que as coisas vão mudar no
país.
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