Pequim,
03 ago (Lusa) -- A imprensa chinesa informou hoje que 96 pessoas morreram,
incluindo 59 alegados terroristas, e 13 ficaram feridas, no ataque perpetrado
na segunda-feira em Xinjiang, região onde está concentrada a minoria muçulmana
uigur.
Na
terça-feira passada, um dia depois do ataque realizado com recurso a facas, as
autoridades chinesas reportaram "dezenas de mortos e feridos", sem
precisarem o número de vítimas.
Entretanto,
no sábado, as autoridades confirmaram à agência Xinhua que durante o ataque a
polícia matou a tiro 59 alegados terroristas e deteve outros 215, enquanto 13
civis morreram e outros 13 ficaram feridos.
Entre
os civis mortos, 35 eram de etnia han (maioritária na China) e dois de etnia
uigur, que professa a religião muçulmana.
Pequim
não deu mais detalhes sobre a identidade dos alegados terroristas, apesar de
outras fontes os identificarem como uigures.
Por
sua vez, representantes do Congresso Mundial Uigur disseram à EFE que o número
de uigures mortos pode ultrapassar a centena e que os dados das autoridades
chinesas não correspondem à realidade.
Um
grupo de homens "armados com facas" atacou na segunda-feira de manhã
uma esquadra da polícia e prédios públicos na região de Shache, referiu a
agência oficial chinesa, citando a polícia local.
A
China tem experimentado, nos últimos meses, uma série de ataques sangrentos em
sítios públicos, em Xinjiang e outros locais, atribuídos pelas autoridades aos
uigures islâmicos.
Um
atentado suicida, cometido em maio, no mercado de Urumqi, capital de Xinjiang,
fez 43 mortos - incluindo quatro agressores - e uma centena de feridos.
Em
reação, Pequim anunciou uma vasta campanha de luta antiterrorista, que se
traduz em dezenas de prisões, condenações massivas, exibições públicas dos
"terroristas" e execuções após julgamentos sumários.
Xinjiang
tem nove milhões de uigures - muçulmanos de língua turca -, sendo uma parte de
radicais que, segundo as autoridades chinesas, vem realizando ataques mortais
nos últimos meses.
Os
grupos de direitos humanos acreditam que a política repressiva da China contra
a cultura e religião dos uigures alimenta as tensões e violência na região.
Muitos
uigures, hostis ao domínio chinês da região, dizem-se vítimas de discriminação
e de exclusão de investimentos em Xinjiang.
FV
(CSR) // FV - Lusa
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