Díli,
04 ago (Lusa) - O Ministério Público Timor-Leste acusou a ministra das
Finanças, Emília Pires, de alegada gestão danosa e participação económica em
negócio, disse hoje à agência Lusa fonte oficial.
"A
ministra foi acusada de alegada gestão danosa e participação económica em
negócio", disse a mesma fonte, acrescentando que o caso está relacionado
com a aquisição de camas para o Hospital Guido Valadares.
Segundo
a fonte, a ministra foi notificada no passado 25 de julho e o caso envolve
ainda a antiga vice-ministra da Saúde Madalena Hanjam.
"Ambas
estão sob termo de identidade e residência", disse.
O
ano passado, a ministra das Finanças timorense tinha já sido ouvida pela
Comissão Anticorrupção no âmbito daquele processo.
MSE
// JCS - Lusa
Ministra
das Finanças timorense rejeita acusação "falsa e sem fundamento"
Díli,
04 ago (Lusa) - A ministra das Finanças de Timor-Leste, Emília Pires,
considerou hoje "falsa e sem fundamento" a acusação deduzida contra
si pelo Ministério Público de alegada gestão danosa e participação económica em
negócio.
"No
dia 25 de julho fui notificada da acusação deduzida contra mim pelo Ministério
Público por dois crimes que não cometi. Rejeito veemente a acusação, que é
falsa e não tem qualquer fundamento", afirmou Emília Pires, numa
declaração à imprensa proferida em português e tétum.
Emília
Pires ocupa a pasta das Finanças em Timor-Leste desde 2007, tendo sido
reconduzida no cargo após as eleições legislativas de 2012.
"Toda
a gente sabe que nos últimos anos, especialmente nos últimos dois anos, tendo
sido alvo de uma campanha para destruir o meu nome, a minha reputação e o meu
trabalho e consequentemente o próprio governo", afirmou Emília Pires.
Apesar
de nunca ter feito declarações à imprensa sobre a investigação, a ministra das
Finanças disse que decidiu falar porque quando foi notificada tomou
conhecimento de "várias irregularidades graves no processo, algumas
inconstitucionais".
"Em
primeiro lugar, nunca fui interrogada, nunca tive oportunidade de apresentar a
minha versão dos factos", afirmou, sublinhando que de acordo com o Código
Penal o seu interrogatório é obrigatório.
"Assim,
apenas foi apresentada ao tribunal uma parte da história, que não corresponde à
realidade", afirmou.
Em
segundo lugar, segundo a ministra, em novembro de 2013, apresentou um
"incidente de suspeição contra um dos comissários adjuntos da Comissão
Anticorrupção", responsável pela investigação do processo, devido à falta
de imparcialidade e objetividade.
A
ministra das Finanças esclareceu que decidiu apresentar um "incidente de
suspeição" porque o comissário adjunto terá feito declarações públicas à
comunicação social onde demonstrava "claramente" que já tinha
"formado a sua convicção sobre o caso", apesar de ainda decorrer a
fase de inquérito.
"Este
caso foi enviado para o Ministério Público e, nessa altura, estava à espera que
me chamassem, mas não o fizeram. E sem resolver primeiro o incidente de
suspeição e me interrogarem acusaram-me. Isto é muito grave", salientou.
Emília
Pires disse ainda esperar que o tribunal "lide com o processo de uma forma
diferente, que respeite a lei e os direitos dos arguidos e faça justiça, sem
ceder a pressões externas, política ou outras".
No
final, a ministra pediu também à imprensa para acompanhar o processo e relatar
a verdade, disponibilizando-se para transmitir informações sobre o andamento do
processo.
Questionada
pela agência Lusa se na sequência da acusação apresentou o pedido de demissão,
a ministra afirmou que continua em funções.
"Os
factos falam por si. Hoje dia 04 de agosto estou aqui. Há muitas especulações e
rumores", sublinhou.
MSE
// JCS - Lusa
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