A
caça desenfreada contra os elefantes e rinocerontes em Moçambique deve-se à
negligência do Governo que se mostra impotente para delinear estratégias
eficazes com vista a travar o mal e garantir a protecção destas espécies
prestes a desaparecerem, segundo o ambientalista moçambicano Carlos Serra.
De
acordo com ele, a caça furtiva para a extracção de pontas de marfim, chifres de
rinocerontes e peles para o comércio clandestino, estão por detrás da chacina
desencadeada contra tais animais. E em África pelo menos um elefante é abatido
a cada 15 minuto e um rinoceronte morre a cada 09 ou 11horas.
“Por
pura negligência, Moçambique já perdeu todos os seus rinocerontes e o elefante
pode ser o próximo a extinguir caso o Governo continue indiferente e não
reforce os recursos humanos para estancar a caça furtiva”, disse Serra.
Ele
considerou ser necessário que todas as autoridades governamentais africanas
incrementem a segurança, o número de guardas e fiscais florestais e assegurem
que este pessoal disponha de técnicas avançadas para abortar qualquer tentativa
de abate ilegal de paquidermes. Se a situação continuar, em menos de 10 anos o
elefante pode desaparecer.
Contudo,
como forma de pressionar os Estados a agir contra o mal a que Serra se refere,
em todo o mundo será realizada uma marcha a 04 de Outubro próximo.
Serra
defende que há necessidade de inclusão de matérias sobre a conservação
ambiental no currículo escolar moçambicano, implementação e aplicação de leis
severas contra os caçadores furtivos, maior controle nas zonas de protecção.
Refira-se
que recentemente, seis cidadãos foram detidos e acusados de prática de caça
ilegal de elefantes na Reserva Nacional do Niassa, no norte de Moçambique.
Na
posse dos detidos, que terão morto 39 elefantes este ano, foram encontradas 12
pontas de marfins e duas espingardas. Esta importante detenção feita pelas
autoridades policiais no distrito de Mecula resultam de mais de 10 meses de
investigação conjunta envolvendo também fiscais da Reserva e de uma empresa de
Safaris que opera na região a Luwire.
Coutinho Macanandze - Verdade
(mz)
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