Hong
Kong, 28 set (Lusa) - Milhares de manifestantes pró-democracia paralisaram hoje
o centro de Hong Kong, numa ação de desobediência civil contra a decisão de
Pequim de limitar o sufrágio universal, que ocorreu num ambiente tenso com a
polícia.
As
forças de segurança usaram gás pimenta e lacrimogénio contra os manifestantes,
que invadiram uma importante via no centro daquele território chinês,
ex-colônia britânica, sob domínio da China desde julho de 1997.
Os
manifestantes gritaram "Vergonha, Vergonha e Vergonha", tentando, com
chapéu-de-chuva e lonas de plástico, travar as nuvens de gás lacrimogénio,
raramente utilizadas pela polícia em Hong Kong.
"Nós
temos o direito de estar aqui e protestar", disse um estudante de 19 anos,
Ryan Chung, citado pela France Presse, acrescentando: "O mundo deve saber
o que está a acontecer em
Hong Kong. O mundo deve saber que queremos a democracia, mas
que não conseguimos isso".
O
protesto paralisou o trânsito no centro de Hong Kong, centro de negócios da
cidade.
Esta
manifestação sucedeu ao protesto de hoje junto ao complexo governamental de
Hong Kong, no primeiro dia da campanha de desobediência civil promovida pelo
movimento "Occupy Central", inicialmente previsto para iniciar-se na
próxima quarta-feira.
No
protesto junto ao Governo local, no qual os manifestantes forçaram o cordão de
segurança montado pela polícia, cinco pré-democratas, incluindo três deputados,
foram detidos.
A
China fez a promessa a Hong Kong que o seu chefe do Executivo, a eleger em
2017, poderia ser escolhido livremente pela população.
No
entanto, a 31 de agosto, o Governo de Pequim, liderado por Leung Chun-ying,
determinou que os candidatos ao cargo necessitam do apoio de mais de metade dos
votos de um comité de nomeação.
"Occupy
Central" exige que o Governo chinês "recue" na decisão e que
"relance um processo de reformas políticas".
"Exigimos
que o Governo de Leung Chun-ying apresente novas propostas sobre as reformas
políticas que reflitam plenamente as aspirações de democracia da população de
Hong Kong", disse uma fonte do "Occupy Central", que promete
mais ações em caso de recusa.
Todavia,
Leung Chun-ying reafirmou a "determinação em lutar contra as ações ilegais
de ocupação".
JOP
//GC - Lusa
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