Sydney,
Austrália, 08 set (Lusa) -- Um documento confidencial, com base em dados
compilados pela polícia militar, agrupa mais de uma centena de denúncias
formuladas desde 2008 contra membros das Forças Armadas australianas por posse
de pornografia infantil e aliciamento de menores, informa hoje a imprensa
local.
De
acordo com o documento, entregue em maio ao então chefe da Defesa australiana,
o general David Hurley, nos últimos seis anos foram reportados 104 casos de
agressão sexual agravada, que incluem violações, escreve hoje o diário The
Australian.
A
maioria das ofensas inclui a difusão de pornografia através de telemóveis e da
Internet, havendo também casos de aliciamento de menores.
Os
investigadores militares também receberam 102 denúncias de "ofensas que
não incluem agressões contra menores" no mesmo período, a maioria dos
quais tratadas pela polícia civil, indica o jornal australiano, citado pela
agência noticiosa Efe.
Fontes
militares confirmaram ainda ao The Australian que foram tomadas medidas drásticas
contra aqueles que cometeram abusos sexuais desde o ano passado, após um
escândalo envolvendo a difusão de imagens explícitas de mulheres sem o seu
consentimento, o qual resultou na expulsão de uma dezena de soldados.
Nos
últimos dois anos fiscais -- ou seja, desde julho de 2012 -- cerca de 200
membros das forças armadas australianas, a maioria do Exército, foram
despedidos por "conduta inaceitável" ou por "delitos
civis", segundo o mesmo jornal.
Em
2012, o Governo australiano encomendou um relatório para rever as acusações de
847 pessoas sobre alegados abusos sexuais, assédio e outro tipo de agressões
supostamente cometidos no seio das forças armadas e pediu desculpa pelos
delitos.
Estes
abusos incluíam ainda os de centenas de adolescentes, alegadamente vítimas de
abusos físicos e sexuais entre os anos 1960 e 1984, na base naval de Leeuwin,
no sudoeste da Austrália.
DM
// JCS - Lusa
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