Em
Moçambique nenhum partido com assento parlamentar entregou as listas dos
membros para as mesas de voto com vista às eleições. O prazo já foi
ultrapassado e por isso a primeira formação para os fiscais não aconteceu.
A
data da entrega das listas dos membros para as assembleia de voto já terminou
na última sexta-feira (10.09). De acordo com a Comissão Nacional de Eleições,
CNE, há uma certa tolerância para este comportamento.
Paulo
Cuinica é porta-voz do órgão eleitoral e garante: "Vamos abrir uma
excepção para que os partidos políticos possam continuar a submeter as suas
listas de candidatos para as mesas de assembleias de votos.”
A
entrega das listas seria seguida de uma formação repartida em duas fases uma
vez que a CNE já contava com algum atraso.
Sexta-feira
(19.09) deveria ter iniciado a primeira formação dos membros das mesas e para o
dia 30 de outubro está prevista a segunda formação. Mas o porta-voz da CNE
garante que o contratempo não trará encargos para o órgão eleitoral.
Lei
aprovada, mas não cumprida
Anastácio Chimbeze, diretor executivo do Observatório Eleitoral, uma organização da sociedade civil que trabalha na área de observação de eleições recorda que “com a revisão do pacote eleitoral os partidos políticos com assento parlamentar, a FRELIMO, a RENAMO e o MDM têm representação direta nas mesas de votos."
Anastácio Chimbeze, diretor executivo do Observatório Eleitoral, uma organização da sociedade civil que trabalha na área de observação de eleições recorda que “com a revisão do pacote eleitoral os partidos políticos com assento parlamentar, a FRELIMO, a RENAMO e o MDM têm representação direta nas mesas de votos."
Ainda
segundo a sua explicação "três dos sete membros das mesas de voto vêm dos
partidos políticos."
Mas
Chimbeze tem uma justificação para o atraso da entrega das listas por parte dos
partidos: "Advinho que eles estejam a dizer "bom, já temos lá os
nossos membros nas mesas". Mas se a lei diz que eles devem submeter as
listas, dos fiscais ou delegados de lista, era bom que assim o fizessem, porque
credibilizava primeiro a lei que esses partidos aprovaram na Assembleia da
República e por outro lado credibilizava o próprio processo ”, afirma Chimbeze.
Anastácio
Chimbeze lembra ainda que a credibilidade do processo está dependente do nível
de entrega e participação dos partidos políticos no processo: “Se não
entregarem os nomes e consequentemente não participarem, eles têm a obrigação
de se sujeitarem aos resultados. Mas por outro lado, têm a prorrogativa de, em
caso de qualquer reclamação, fazê-la diretamente e no local."
Apelos
da CNE
O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) Abdul Carimo, lembrou, na sua declaração à nação, que os membros das assembleias de voto serão a face mais visível dos órgãos eleitorais, e vão servir diretamente os eleitores para garantir o exercício do seu direito de forma livre, justa e transparente.
O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) Abdul Carimo, lembrou, na sua declaração à nação, que os membros das assembleias de voto serão a face mais visível dos órgãos eleitorais, e vão servir diretamente os eleitores para garantir o exercício do seu direito de forma livre, justa e transparente.
A
CNE alerta também para o facto de não serem permitidas ações partidárias em
instituiçõespúblicas, unidades sanitárias, locais de culto e instituições de
ensino durante o seu funcionamento, bem como o uso de bens públicos para
efeitos de propaganda política.
A
campanha eleitoral, iniciada a 31 de agosto, tem registado um aumento de casos
de violência e de incidentes envolvendo os três principais partidos
moçambicanos, a FRELIMO, a RENAMO e o MDM.
Ainda
assim, o porta-voz da Comissão Nacional de eleições, CNE, Paulo Cuinica
considera que, comparativamente, este foi o ano menos violento: “Até aqui temos
registado menos violência que nos anos anteriores. Isso por causa da atuação da
polícia.”
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