O
secretário-geral do PCP citou hoje o "ruir do império Espírito Santo"
como sinal da "falência da política de direita" protagonizada por
diversos governos de PS, PSD e CDS-PP, no encerramento da 38.ª "Festa do
Avante!".
"A
falência do GES não é mais uma falência qualquer de um qualquer grupo
empresarial. É a demonstração da falência da recuperação capitalista, elemento
nuclear e símbolo da política de direita. O ruir do império Espírito Santo
exibe a falência da própria política de direita", afirmou Jerónimo de
Sousa, no Seixal.
O
dirigente comunista disse que os portugueses podem testemunhar "na
multiplicação dos escândalos e das sucessivas fraudes - do BPN, do BCP, do BPP
e, agora com mais evidência, na implosão do império da família Espírito Santo,
do seu grupo e do seu banco" a promiscuidade entre os denominados partidos
do "arco da governação" e o poder económico, acusando a família
Espírito Santo de ter constituído o seu grupo empresarial "debaixo da asa
protetora dos sucessivos governos do PS, PSD e CDS".
"Houve
um banqueiro que dizia (que o povo) 'ai, aguenta, aguenta' porque ele tinha a
consciência de que não eram eles que aguentavam. Era o povo, os trabalhadores e
os reformados porque eles tinham as costas quentes por este Governo e
outros", insistiu Jerónimo de Sousa.
Para
o líder do PCP, "é o resultado da política de roda-livre para a oligarquia
que tudo domina, que garante lugar reservado em Conselho de Ministros para decidir
e impor o pacto de agressão do confisco, da extorsão e da austeridade severa
para os outros".
"Há
dias, Passos Coelho, dizia que era preciso pôr fim aos 'privilégios', [que] há
muita gente que 'vivia entre a política e os negócios, os negócios e a política.
Logo o PSD, que é o partido campeão dos ministros e secretários de Estado que
saltam entre Governo, banca e grupos económicos, seguido, muito de perto, pelo
PS, é verdade", reforçou.
Jerónimo
de Sousa acusou ainda os "comentadores ao serviço da política de direita,
que enxameiam e monopolizam o comentário político e económico, recitando a
cartilha do capitalismo dominante" de "justificar o injustificável,
subtrair e iludir as causas da profunda degradação da situação nacional",
embora "a realidade" esteja "todos os dias a desmenti-los".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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