sábado, 18 de outubro de 2014

Moçambique: As eleições mais vigiadas deram vitória indiscutível a Nyusi e Frelimo



Notícias (mz), editorial

Moçambique deu esta semana ao mundo inteiro mais um exemplo de comprometimento com a paz, democracia e desenvolvimento, ao realizar de forma ordeira e pacífica as quintas eleições gerais que permitirão a escolha do novo Presidente da República e dos 250 deputados que integrarão a Assembleia da República na próxima legislatura.

Elegeu também, pela segunda vez, em escrutínio único, os 811 membros das onze assembleias provinciais.

Estas eleições, que decorrem à luz da nova Lei Eleitoral, ficam marcadas por serem as mais vigiadas na história da democracia multipartidária em Moçambique, por observadores nacionais e estrangeiros, jornalistas e por vários grupos interessados, garantindo assim a transparência do processo e a necessidade da aceitação dos resultados oficiais não só pelos três candidatos à Presidência da República como também pelos partidos políticos, coligações de partidos políticos e grupos de cidadãos concorrentes à Assembleia da República e às Assembleias Provinciais.

Apesar de ainda escassos, face ao universo eleitoral, dados avançados ontem, quer pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), como pelas organizações interessadas no processo, apontam para a vitória do candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, com cerca de 60 por cento, seguido pelo da Renamo, Afonso Dhlakama, com cerca de 30 por cento, e por último o do MDM, Davis Simango, com oito por cento. Nas legislativas, as projecções preveem o triunfo da Frelimo, com 57 por cento, o equivalente a 142 deputados, seguido pela Renamo, com 30 por cento, correspondente a 75 assentos, e por fim o MDM, com 12 por cento, o que lhe confere 31 mandatos.

Talvez mais do que os resultados, o mais importante ainda é a lição que os moçambicanos deram, primeiro ao afluírem às urnas para manifestarem através do voto as suas preferências quanto aos futuros dirigentes do país e também pelo modo como o fizeram: votação tranquila, ordeira e pacífica.

Não queremos com isto dizer que tudo tenha corrido as mil e uma maravilhas. Temos indicações de os órgãos eleitorais terem que aperfeiçoar um pouco mais os seus mecanismos de funcionamento, pois algumas mesas das assembleias de voto abriram com atrasos, houve trocas de cadernos, alguns membros das mesas não conseguiram as suas credenciais, o que de certo modo originou a ira dos eleitores.

São falhas próprias de um processo idêntico, mas que chamam a atenção para a necessidade de melhorias em futuros processos eleitorais, tal como se exige maior flexibilidade na divulgação final dos resultados finais da votação para se contornar a exaltação dos ânimos dos militantes e simpatizantes dos partidos políticos quando são divulgados os primeiros resultados pelos observadores, jornalistas e outros interessados.

Com o exercício desta quarta-feira, estão de parabéns todos os moçambicanos, em geral e, de modo particular, os três concorrentes à Presidência da República, nomeadamente, Filipe Nyusi, da Frelimo, Afonso Dhlakama, da Renamo, e Davis Simango, do MDM, bem como todos os partidos políticos, coligações de partidos políticos e grupos de cidadãos que serenamente aguardam pela divulgação dos resultados finais com a consciência de terem participado num exercício democrático livre, justo e transparente.

*Título PG

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