Notícias
(mz), editorial
Moçambique
deu esta semana ao mundo inteiro mais um exemplo de comprometimento com a paz,
democracia e desenvolvimento, ao realizar de forma ordeira e pacífica as
quintas eleições gerais que permitirão a escolha do novo Presidente da
República e dos 250 deputados que integrarão a Assembleia da República na
próxima legislatura.
Elegeu
também, pela segunda vez, em escrutínio único, os 811 membros das onze
assembleias provinciais.
Estas
eleições, que decorrem à luz da nova Lei Eleitoral, ficam marcadas por serem as
mais vigiadas na história da democracia multipartidária em Moçambique, por
observadores nacionais e estrangeiros, jornalistas e por vários grupos
interessados, garantindo assim a transparência do processo e a necessidade da
aceitação dos resultados oficiais não só pelos três candidatos à Presidência da
República como também pelos partidos políticos, coligações de partidos
políticos e grupos de cidadãos concorrentes à Assembleia da República e às
Assembleias Provinciais.
Apesar
de ainda escassos, face ao universo eleitoral, dados avançados ontem, quer pelo
Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), como pelas organizações
interessadas no processo, apontam para a vitória do candidato presidencial da
Frelimo, Filipe Nyusi, com cerca de 60 por cento, seguido pelo da Renamo,
Afonso Dhlakama, com cerca de 30 por cento, e por último o do MDM, Davis
Simango, com oito por cento. Nas legislativas, as projecções preveem o triunfo
da Frelimo, com 57 por cento, o equivalente a 142 deputados, seguido pela
Renamo, com 30 por cento, correspondente a 75 assentos, e por fim o MDM, com 12
por cento, o que lhe confere 31 mandatos.
Talvez
mais do que os resultados, o mais importante ainda é a lição que os
moçambicanos deram, primeiro ao afluírem às urnas para manifestarem através do
voto as suas preferências quanto aos futuros dirigentes do país e também pelo
modo como o fizeram: votação tranquila, ordeira e pacífica.
Não
queremos com isto dizer que tudo tenha corrido as mil e uma maravilhas. Temos
indicações de os órgãos eleitorais terem que aperfeiçoar um pouco mais os seus
mecanismos de funcionamento, pois algumas mesas das assembleias de voto abriram
com atrasos, houve trocas de cadernos, alguns membros das mesas não conseguiram
as suas credenciais, o que de certo modo originou a ira dos eleitores.
São
falhas próprias de um processo idêntico, mas que chamam a atenção para a
necessidade de melhorias em futuros processos eleitorais, tal como se exige
maior flexibilidade na divulgação final dos resultados finais da votação para
se contornar a exaltação dos ânimos dos militantes e simpatizantes dos partidos
políticos quando são divulgados os primeiros resultados pelos observadores, jornalistas
e outros interessados.
Com
o exercício desta quarta-feira, estão de parabéns todos os moçambicanos, em
geral e, de modo particular, os três concorrentes à Presidência da República,
nomeadamente, Filipe Nyusi, da Frelimo, Afonso Dhlakama, da Renamo, e Davis
Simango, do MDM, bem como todos os partidos políticos, coligações de partidos
políticos e grupos de cidadãos que serenamente aguardam pela divulgação dos
resultados finais com a consciência de terem participado num exercício
democrático livre, justo e transparente.
*Título
PG
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