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Alertados
pelo ataque nazista-racista à página online do Afropress há três dias atrás, viemos
tomando conhecimento e consciência de quanto é numeroso e sério o racismo e a
intolerância preconceituosa dos neonazis no Brasil. Já aqui referimos
parcialmente o que aconteceu a Afropress dias atrás.
Do
ataque neonazista resultou a suspensão da publicação online por cerca de três
dias (que hoje mesmo já está recomposta e pode visitar). Porém, Afropress já
soma cerca de uma dezena de ataques (se bem pesquisámos) desde 1999. Somente
por denunciar o racismo existente no Brasil e pelo mundo.
Com
o propósito de nos debruçarmos mais afincadamente sobre o tema planeamos no Página
Global dispensar mais e maior atenção e divulgação nestas páginas. Por esse
motivo consideramos ser importante rebuscar alguns textos em publicações que
incluam essa abordagem e publicá-los. É assim que apresentamos o texto que se
segue, compilado de R7 Notícias, datado de Junho 2014. Outros se seguirão. Todo
esse conteúdo poderá ser encontrado aqui no PG em Racismo e Xenofobia na barra lateral. (MM / PG)
Região
Sul do Brasil concentra cerca de 100 mil simpatizantes do neonazismo
Em
oito anos, País recebeu mais de 228 mil denúncias de sites com apologia ao crime
Imagens
da suástica, adoração ao ditador alemão Adolf Hitler, crença na superioridade
da raça ariana. Essas expressões parecem retiradas dos livros de história, mas
o nazismo ainda encontra eco no mundo atualmente. Os neonazistas extrapolaram
os limites da Europa e têm milhares de representantes, inclusive no
Brasil.
A
novela Vitória, que estreou nesta segunda-feira (2) na Record, tem
o neonazismo como um dos pontos polêmicos da trama. Em tempos de
intolerância de alguns setores da sociedade, os personagens Paulão (Marcos
Pitombo), Enzo (Raphael Montagner) e Priscila (Juliana Silveira) interpretam
cenas sobre o assunto, como crimes contra negros e homossexuais.
Com
um impressionante número de 45 mil pessoas, Santa Catarina é o Estado
brasileiro com a maior concentração de simpatizantes do nazismo. Somados os
Estados do Rio Grande do Sul e Paraná, a região Sul soma hoje cerca de 100 mil
pessoas que apoiam essas ideias. Os números estão em um estudo realizado pela
antropóloga e pesquisadora Adriana Dias, da Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas), em 2013.
Um
monitoramento da internet feito pela pesquisadora, que estuda o assunto há mais
de dez anos, revelou o número de internautas que baixam um volume expressivo de
arquivos de sites nazistas. Aqueles que fizeram mais de 100 downloads e não são
pesquisadores são considerados simpatizantes.
De
acordo com Adriana, os grupos neonazistas eram predominantes no Sul do País,
mas nos últimos anos têm crescido no Distrito Federal (8.000 internautas), em Minas Gerais (6.000
simpatizantes) e em São
Paulo (29 mil).
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O número de denúncias de neonazismo no Brasil expõe uma realidade alarmante. Em oito anos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, por meio da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, recebeu e processou 228.962 relatos anônimos a respeito de 21.921 sites sobre o tema, com imagens, textos, vídeos, músicas e outros materiais de apologia. As páginas são escritas em sete idiomas — inclusive o português — e foram encontradas em 32 países.
Considerado um crime, o neonazismo é caracterizado pela publicação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda da suástica (também conhecida como cruz gamada) para divulgar ou incentivar o nazismo.
Para denunciar esse tipo de conteúdo, o internauta deve acessar o formulário de denúncia apresentado na Safernet e colar o endereço do link suspeito. O registro é anônimo.
A quantidade de sites em todo o mundo destinados a esse conteúdo cresce expressivamente, na marca de 170%: se em 2002 havia 7.600 endereços, em 2009 o número saltou para 20.502.
O mesmo fenômeno de expansão foi observado nas 250 redes sociais que a antropóloga analisou, já que 91% delas possuem comunidades neonazistas, antissemitas e negacionistas. A pesquisa mostrou também que o número de blogs sobre o assunto cresceu mais de 550%.
Neonazismo na prática
Além das informações disponíveis e de apologia ao crime, o neonazismo também se manifestou na prática em cidades como Botucatu e Belo Horizonte, por exemplo.
Em outubro de 2013, foram encontradas pichações com símbolos nazistas, como a suástica, e ofensas contra homossexuais em pelo menos 12 locais de Botucatu, a238 km de São Paulo.
Em Belo Horizonte, um jovem de 25 anos, supostamente participante de organizações neonazistas, foi acusado de agredir um catador de materiais recicláveis com uma corrente na Savassi, região centro-sul da capital mineira, e fazer apologia ao nazismo. Ele postou a foto da agressão no Facebook.
Segundo a antropóloga Adriana Dias, não há uma única maneira de entrar no movimento neonazista, mas é comum a história do jovem que, em busca de uma causa, acaba sendo recebido pelo grupo, que o convence de que o negro ou o judeu tomaram o espaço no mercado de trabalho ou na universidade.
O número de denúncias de neonazismo no Brasil expõe uma realidade alarmante. Em oito anos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, por meio da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, recebeu e processou 228.962 relatos anônimos a respeito de 21.921 sites sobre o tema, com imagens, textos, vídeos, músicas e outros materiais de apologia. As páginas são escritas em sete idiomas — inclusive o português — e foram encontradas em 32 países.
Considerado um crime, o neonazismo é caracterizado pela publicação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda da suástica (também conhecida como cruz gamada) para divulgar ou incentivar o nazismo.
Para denunciar esse tipo de conteúdo, o internauta deve acessar o formulário de denúncia apresentado na Safernet e colar o endereço do link suspeito. O registro é anônimo.
A quantidade de sites em todo o mundo destinados a esse conteúdo cresce expressivamente, na marca de 170%: se em 2002 havia 7.600 endereços, em 2009 o número saltou para 20.502.
O mesmo fenômeno de expansão foi observado nas 250 redes sociais que a antropóloga analisou, já que 91% delas possuem comunidades neonazistas, antissemitas e negacionistas. A pesquisa mostrou também que o número de blogs sobre o assunto cresceu mais de 550%.
Neonazismo na prática
Além das informações disponíveis e de apologia ao crime, o neonazismo também se manifestou na prática em cidades como Botucatu e Belo Horizonte, por exemplo.
Em outubro de 2013, foram encontradas pichações com símbolos nazistas, como a suástica, e ofensas contra homossexuais em pelo menos 12 locais de Botucatu, a
Em Belo Horizonte, um jovem de 25 anos, supostamente participante de organizações neonazistas, foi acusado de agredir um catador de materiais recicláveis com uma corrente na Savassi, região centro-sul da capital mineira, e fazer apologia ao nazismo. Ele postou a foto da agressão no Facebook.
Segundo a antropóloga Adriana Dias, não há uma única maneira de entrar no movimento neonazista, mas é comum a história do jovem que, em busca de uma causa, acaba sendo recebido pelo grupo, que o convence de que o negro ou o judeu tomaram o espaço no mercado de trabalho ou na universidade.
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com informações da Agência Brasil
R7 Notícias (br)
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