segunda-feira, 6 de outubro de 2014

São Tomé e Príncipe - Eleições: O VERDADEIRO COMEÇO DA CAMPANHA ELEITORAL



Olívio Diogo – Téla Nón, opinião

A campanha eleitoral entrou na sua velocidade cruzeiro na sexta-feira. Digo isso, porque na Sexta-feira chegou o líder do ADI, Patrice Trovoada.

A chegada do líder do ADI foi anunciada pelo seu secretário-geral no comício inaugural da campanha eleitoral. Na sexta-feira dia 3 Outubro a hora marcada, chegou o líder.

Eu estive, pessoalmente, no aeroporto, onde, assisti ao vivo aquilo que na minha geração nunca se tinha visto acontecer. Desde crianças, jovens, mulheres, idosos, carros, motorizadas, moto de três rodas, bicicletas, gente a pé, enfim. Todos com uma única vontade, ver ao vivo a chegada de Patrice Trovoada.

Na conversa com populares, houve quem estivesse no aeroporto desde as 6:00 da manha, com receio do avião chegar antes da hora marcada. No percurso para cidade capital, eu vi chinelos, sapatos e muito mais que foram ficando pelo caminho, cujos detentores nem se quer se importaram.

Tudo indica que o ADI vai vencer as eleições, isto é, vai ficar frente de todos os outros partidos políticos. A única questão de momento é saber se faz a maioria absoluta ou não?
A população aponta várias razões para a possível vitória do ADI nas próximas eleições, dentre elas se destacam:

 O preço do arroz. Segundo muitos populares, o ADI havia colocado o preço de arroz de Japão a treze mil dobras, hoje o mesmo arroz está a vinte e cinco mil dobras;

A queda do governo do ADI. A população alega que o ADI deveria ter terminado o seu mandato conquistado nas urnas, embora com o governo minoritário;

A confusão gerada pelo arroz. A população aponta o desaparecimento precoce e o critério de venda do último arroz do japão, sem falar do famoso arroz que tanta polémica gerou no país que culminou com a sua retirada do mercado;

A escolha do primeiro-ministro. O primeiro-ministro Gabriel Costa que conduzir o país durante estes dois anos, não conseguiu capitalizar entendimento e criar uma dinâmica própria vencedora;

A confusão no interior do MLSTP. Outro problema foi, naturalmente, a conturbada convivência dentro do maior partido da coligação que se manifestou na saída do Rafael Branco, a queda do Osvaldo Abreu de Ministro das Obras Públicas, Recursos Naturais e Ambiente, a indicação confusa do Osvaldo candidato a primeiro-ministro.

Tudo isso fortaleceu o Patrice Trovoada e o seu partido. Hoje, é inegável que o líder do ADI se tronou no homem mais forte na cena politica nacional. Não se pode negar esse facto, embora para muitos, seja difícil de se digerir.

Outra verdade, ainda mais difícil de se aceitar, é saber que o PCD, o MLSTP e o MDFM estejam na luta para impedir que o ADI vença com maioria absoluta, um cenário nunca antes imaginado. Como as coisas mudam.

Ouvia-se, muitas vezes, o Levi Nazaré, dizer na Assembleia que o ADI é o maior partido do país e muitos reagiam inconformados. Hoje a realidade, neste capítulo, veio dar-lhe razão, o ADI se transformou no maior partido do país.

As eleições demonstram que quanto mais se crítica um determinado candidato, maior é a sua propensão a vitoria. Nas eleições presidenciais, quanto se disse do Presidente Pinto da Costa, mas ele foi eleito o presidente da República. O mesmo está acontecendo, agora, com o Patrice Trovoada e o seu ADI.

O Patrice Trovoada tem vindo a trabalhar na sua ascensão há mais de doze anos, foi assessor do seu pai ex-presidente Miguel Trovoada, indicou e fez eleger o Fradique de Menezes para Presidente da República, tomou para si o ADI e impeliu de lá todos que não comungava a sua doutrina, atraiu novos quadros para o seu partido com destaque para Levy Nazaré e Agostinho Fernandes, foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, foi primeiro-ministro, concorreu ao cargo do Presidente da Republica, foi de novo primeiro-ministro, ao longo deste percurso fez várias alianças, entrou em muitas desavenças, fez amigos e muitos inimigos, sempre com o bjectivo de se tornar na figura mais preponente de São Tomé e Príncipe.

Ao trilhar este caminho, confrontou Delfim Neves e venceu, confrontou Rafael Branco e venceu, confrontou Fradique de Menezes e perdeu, num primeiro embate, embora indirecto (apoiou Evaristo de Carvalho), com o Presidente Pinto da Costa, perdeu. Mas a sua perseverança matem-se, já chamou para si o próximo embate com o Presidente Pinto da Costa.

A história é fruto de acontecimentos.

Sem comentários:

Mais lidas da semana