sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Crise na Ucrânia deve sobrepor agenda econômica durante cúpula do G20



Opera Mundi, São Paulo


Ao aterrisar na Austrália, presidente da Rússia, Vladimir Putin, ignora ameaças de sanções do ocidente e mantém navios de guerra na costa australiana

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou nesta sexta-feira (14/11) à cidade de Brisbane para participar da cúpula do G20 na Austrália, onde chefes de Estado e de governo se encontrarão neste fim de semana. Apesar de a agenda econômica ser tema de praxe na reunião, os líderes mundiais devem focar na discussão sobre a atual crise ucraniana, que já dura quase um ano.

Nos últimos dias, saltam denúncias de que tanto Kiev quanto os separatistas pró-Moscou romperam a trégua assinada durante o Acordo de Minsk, em setembro. Além disso, a Rússia posicionou pelo menos quatro navios de guerra próximos à costa noroeste da Austrália, segundo agências internacionais.

Para o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, tal medida é incomum, mas não sem precedentes. “Não esqueçamos que a Rússia tem sido mais assertiva militarmente nos últimos tempos”, comentou Abbott à Reuters.

As novas incursões militares da Rússia e sua decisão de negligenciar as ameaças de sanções por parte das potências ocidentais devem ser colocadas em xeque durante a cúpula. Além do atual conflito no sudeste ucraniano – que já resultou na morte de mais de 4 mil pessoas –, assuntos econômicos também devem ocupar espaço nas pautas do encontro.

Dentro dessa agenda, deverão ser debatidos assuntos como o crescimento econômico mundial; a reforma do sistema bancário global; a criação de postos de trabalho; e a regulamentação de paraísos ficais, evidenciados pelo recente e polêmico caso dos “LuxLeaks”. Contudo, grande parte desses temas econômicos já foi discutido nos últimos dias na China, durante o fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).

Hoje, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou na Austrália que a ação da Rússia em território ucraniano é "inaceitável" e garantiu que mais sanções serão desenvolvidas se o Kremlin não melhorar a situação.

Além de Putin, líderes de Argentina, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Japão e México já chegaram à Brisbane. Nas próximas horas são esperados o presidente da China, Xi Jinping, a chanceler alemã, Angela Merkel, o chefe de Estado dos EUA, Barack Obama, e o governante francês, François Hollande.

Na primeira viagem internacional após reeleição, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também vai participar da Cúpula do G20, após escala de dois dias no Catar, onde encontrou o emir, Tamim bin Hamad al-Thani.

Na Austrália, Dilma insistirá que os países mais desenvolvidos devem adotar medidas para estimular o crescimento mundial e evitar que a crise acabe por contaminar totalmente as nações emergentes. A presidente também ressaltará que devem ser dados passos mais firmes rumo a uma profunda reforma de todas as instituições internacionais e que é necessário reforçar os mecanismos de controle aos mercados financeiros.

Além disso, espera-se que Dilma encontre Obama, no que será a primeira reunião formal entre os dois desde que um escândalo de espionagem turvou a relação bilateral em 2013.

Na foto: Cúpula do G20: organizadores fecham detalhes finais de encontro entre líderes mundiais

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