Díli,
22 jan (Lusa) - Cerca de 9,2% das famílias timorenses mais vulneráveis,
especialmente nas zonas rurais, são obrigadas a recorrer a comida silvestre
depois de agosto quando, normalmente, terminam os recursos dos 'stocks' de
cultivo, revela um estudo.
Esse
consumo é ainda mais elevado em anos de défice agrícola, durante os quais a
alimentação selvagem ou silvestre começa a ser utilizada dois meses antes e por
metade dos lares mais pobres.
Os
resultados fazem parte de um estudo realizado pela Seeds of Life (SoL), um
programa do Ministério de Agricultura e Pescas timorense, financiado com apoio
australiano, que analisou a segurança alimentar das famílias mais pobres.
O
estudo confirma que o consumo de alimentos silvestres, nomeadamente verduras,
flutua bastante durante o ano, com um consumo reduzido durante a época das
chuvas (dezembro a abril) e um uso mais elevado na estação seca (de maio de novembro).
"Num
ano normal o 'stock' alimentar termina em agosto e só 9,2% das famílias
consumia comida silvestre. No entanto em anos de défice alimentar com problemas
de má nutrição, os 'stocks' de grão terminam normalmente dois meses antes do
normal e metade das famílias já têm que recorrer a comida silvestre a partir de
maio", revela o estudo.
"Muitas
famílias rurais estão sujeitas a insegurança alimentar sazonal crónica. É
frequente, nestes casos, o recurso a alimentos silvestre é uma solução
comum", refere o estudo.
Para
as suas conclusões a SoL analisou um estudo do consumo de alimentos entre as
famílias de agricultores de subsistência em quatro distritos em 2006-2007, um
levantamento em 2011 de 1.800 famílias de agricultores em todos os 13 distritos
de Timor-Leste e um terceiro estudo de 64 famílias de oito comunidades em três
distritos em 2013.
Os
alimentos silvestres mais consumidos em Timor-Leste são os tubérculos do inhame
(Dioscorea esculenta) do yam (paeoniifolius Amorphophallus) e o feijão amargo (Phaseolus
lunatus), revela o estudo.
ASP
// JPS
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