domingo, 11 de janeiro de 2015

Sindicato da Construção de Portugal lamenta morte de 35 trabalhadores em 2014




Em 2012 morreram 43 trabalhadores, em 2013 morreram 34 e no último ano foram 35 as vítimas mortais em acidentes de trabalho

O presidente do Sindicato da Construção de Portugal criticou hoje o desinvestimento nas condições de higiene e segurança de trabalho no último ano, que contribuiu para a morte de 35 trabalhadores.

“Há um desinvestimento muito grande no sector relacionado com as condições de trabalho”, frisou Albano Ribeiro, segundo o qual esta foi uma das causas do aumento do número de acidentes de trabalho que vinha a diminuir desde 1997, ano com 196 vítimas.

De acordo com o sindicalista, em 2012 morreram 43 trabalhadores, em 2013 morreram 34 e no último ano foram 35 as vítimas mortais em acidentes de trabalho.

Lamentando a falta de apoio do governo para as campanhas de 2014 realizadas pelo sindicato sobre higiene, saúde e segurança no trabalho, o sindicalista defendeu que “só não aconteceu o pior porque o sindicato investiu muitos milhares de euros”.

Em 2014 o sindicato realizou “mais de 265 acções pedagógicas”, preparando-se para arrancar com uma nova campanha de sensibilização pela segurança no trabalho para 200 trabalhadores já na próxima quarta-feira.

O dirigente sindicalista apontou também o dedo aos projectos de reabilitação urbana em curso por todo o país e que contribuíram “para o aumento do número de acidentes de trabalho no sector da construção”.

Na origem destes acidentes estão, para Albano Ribeiro, a falta de uma estratégia nacional para a reabilitação urbana que levam a situações de “ausência total de maios de protecção quer individuais quer colectivos”.

Em resposta, o sindicato irá levar ao governo uma proposta no sentido de ser criada uma comissão de fiscalização prévia das obras de reabilitação urbana autorizadas pelas câmaras municipais e que deve ser composta por quatro partes: fiscais da autarquia, ACT, sindicato e representante patronal.

Albano Ribeiro pretende que a comissão se desloque “ao terreno antes de os trabalhadores começarem a trabalhar para confirmar se estão acauteladas instalações sociais (…) e se há um plano de segurança”.

Contra o que designa como “escravatura contemporânea”, o sindicato irá, durante os próximos meses, percorrer vários países da Europa: França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Suíça.

Lusa, em jornal i

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