Em
2012 morreram 43 trabalhadores, em 2013 morreram 34 e no último ano foram 35 as
vítimas mortais em acidentes de trabalho
O
presidente do Sindicato da Construção de Portugal criticou hoje o
desinvestimento nas condições de higiene e segurança de trabalho no último ano,
que contribuiu para a morte de 35 trabalhadores.
“Há
um desinvestimento muito grande no sector relacionado com as condições de
trabalho”, frisou Albano Ribeiro, segundo o qual esta foi uma das causas do
aumento do número de acidentes de trabalho que vinha a diminuir desde 1997, ano
com 196 vítimas.
De
acordo com o sindicalista, em 2012 morreram 43 trabalhadores, em 2013 morreram
34 e no último ano foram 35 as vítimas mortais em acidentes de trabalho.
Lamentando
a falta de apoio do governo para as campanhas de 2014 realizadas pelo sindicato
sobre higiene, saúde e segurança no trabalho, o sindicalista defendeu que “só
não aconteceu o pior porque o sindicato investiu muitos milhares de euros”.
Em
2014 o sindicato realizou “mais de 265 acções pedagógicas”, preparando-se para
arrancar com uma nova campanha de sensibilização pela segurança no trabalho
para 200 trabalhadores já na próxima quarta-feira.
O
dirigente sindicalista apontou também o dedo aos projectos de reabilitação
urbana em curso por todo o país e que contribuíram “para o aumento do número de
acidentes de trabalho no sector da construção”.
Na
origem destes acidentes estão, para Albano Ribeiro, a falta de uma estratégia
nacional para a reabilitação urbana que levam a situações de “ausência total de
maios de protecção quer individuais quer colectivos”.
Em
resposta, o sindicato irá levar ao governo uma proposta no sentido de ser
criada uma comissão de fiscalização prévia das obras de reabilitação urbana
autorizadas pelas câmaras municipais e que deve ser composta por quatro partes:
fiscais da autarquia, ACT, sindicato e representante patronal.
Albano
Ribeiro pretende que a comissão se desloque “ao terreno antes de os
trabalhadores começarem a trabalhar para confirmar se estão acauteladas
instalações sociais (…) e se há um plano de segurança”.
Contra
o que designa como “escravatura contemporânea”, o sindicato irá, durante os
próximos meses, percorrer vários países da Europa: França, Alemanha, Bélgica,
Luxemburgo e Suíça.
Lusa,
em jornal i
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