André Amaral
Miguel
Monteiro, deputado do MpD, acusou hoje a Ministra do Emprego de ter fracassado
totalmente no que respeita às políticas de emprego.
Apesar
de reconhecer que houve de facto uma diminuição do número total de
desempregados, Miguel Monteiro afirmou, em conferência de imprensa, que "a
análise não se pode cingir a este número".
Segundo
este deputado os dados do INE permitem concluir que de 2013 para 2014 houve, em Cabo Verde , "uma
redução líquida no montante superior a 2600 empregos, sendo que em 2013 a
diminuição foi de 2400 empregos". "5000 empregos em dois anos",
reforçou Miguel Monteiro.
Outra
conclusão anunciada pelo parlamentar é que Cabo Verde enfrenta uma crescente
taxa de desemprego jovem "35,8% (34,6% em 2013) na faixa etária dos 15 aos
24 anos e 23,9% (20% em 2013) na faixa etária dos 25 aos 34 anos", sendo
também destacado por Miguel Monteiro o aumento da população inactiva "em
mais de 10 mil pessoas" um aumento que Monteiro explica com o "número
de jovens desanimados que não procuram emprego e por isso não são registados
estatisticamente como desempregados, segundo os critérios do INE".
Apesar
de o número de desempregados ter diminuído, houve também, conforme explicou
Miguel Monteiro, uma redução do número de empregos disponíveis no mercado de
trabalho nacional. Os "dados do INE apontam, em 2014, para cerca de 183
mil cabo-verdianos empregados. Em 2014 eram 185 mil e em 2012 tínhamos cerca de
188 mil cabo-verdianos empregados. A tendência decrescente do número de
empregos é clara", apontou o parlamentar que, de seguida, reforçou:
"O fracasso da ministra Janira Hopffer Almada é indesmentível".
76,6%
dos desempregados está "à procura do primeiro emprego, o que demonstra a
total ineficácia dos programas de estágio implementados pelo governo" a
que se alia o facto de 34,8% dos desempregados estar nessa situação "há
mais de um ano" o que na opinião do deputado do MpD serve para demonstrar "a
rigidez do mercado de trabalho, o que leva muitos a desistir de procurar
emprego, desvirtuando as estatísticas do desemprego".
Também
o sub-emprego é visto pelo MpD como um factor de preocupação. "Atingir a
cifra de 31%" demonstra, conforme explicou Miguel Monteiro, que há
"55 mil cabo-verdianos em situação de precariedade e fragilidade social,
apesar de constarem como empregados".
"Não
considerar todos estes dados na análise do mercado de trabalho em Cabo Verde é pura
manipulação dos factos", concluiu Miguel Monteiro.
Expresso
das Ilhas (cv)
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