sábado, 28 de março de 2015

INDÚSTRIA DO PETRÓLEO E GÁS TIMORENSE... É PARA AVANÇAR




Setor petrolífero já emprega cerca de 500 timorenses, mas tutela quer mais

Díli, 27 mar (Lusa) - O setor petrolífero emprega cerca de 500 timorenses, a maioria com contratos temporários e em empresas subcontratadas, mas este é um número que pode e deve ser ampliado, disse o presidente da Timor Gap, a petrolífera estatal timorense.

"Não é suficiente. Estamos a tentar não nos centrar apenas nos aspetos extrativos do setor, na exploração e produção, mas sim dos efeitos que o projeto pode ter no aumento da industrialização", disse Francisco Monteiro.

Numa apresentação sobre o projeto de Beaçu, que se centra numa unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL) no sul de Timor-Leste, Monteiro destacou o impacto que o projeto pode ter na economia timorense.

Uma das maiores apostas do projeto é no fortalecimento de mão-de-obra timorense, procurando aumentar tanto o número de timorenses que trabalham no setor e a sua formação, quer a capacidade de industrialização a jusante do projeto.

Monteiro estima que, atualmente, trabalhem no setor de petróleo e gás cerca de 500 timorenses, metade na petrolífera e regulador e outras entidades do Governo e metade no setor, quer em contratos permanentes (cerca de 50) quer em temporários e pontuais (200).

Além de aumentar este número - o Governo continua a apostar na formação - a aposta é utilizar Beaçu como alavanca para que os recursos, neste caso o gás natural, ajudem à industrialização do país.

"Com este projeto abrimos as possibilidades de industrialização e, com isso, adicionamos valor ao próprio recurso", disse.

"Com estas medidas não só fortalecemos a base industrial mas também a capacidade de criação de empregos e de outras oportunidades", salientou.

"Não nos podemos esquecer que neste setor quem sai mais beneficiado são as empresas que não estão aqui para nos ajudar mas sim para ganhar dinheiro para os acionistas. Por isso temos que nos ajudar a nós próprios", afirmou.

ASP // PJA

Petrolífera Timor Gap destaca importância estratégica de projeto de gás natural em Beaçu

Díli, 27 mar (Lusa) - O projeto de Beaçu, que se centra numa unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL) no sul de Timor-Leste pode ser um dos projetos mais importantes para o desenvolvimento do país, defendem responsáveis do setor.

A unidade de GNL é o 'coração' de todo o projeto, que engloba ainda um gasoduto e infraestruturas marítimas. É nessa unidade que o gás transportado pelo gasoduto é arrefecido a -162 graus celsius, o reduzindo o seu volume 600 vezes e tornando-o mais fácil de armazenar e transportar.

E será nas suas proximidades que vão nascer novas aldeias e - insistem os responsáveis governamentais timorenses - novas infraestruturas que desenvolverão uma região do país em que hoje os seus habitantes se dedicam exclusivamente à pesca artesanal e à agricultura de subsistência.

Francisco Monteiro, presidente da Timor Gap, a petrolífera estatal timorense e vários elementos da sua equipa, incluindo Domingos Maria, diretor Unidade de Negócios Gás, detalharam elementos centrais do projeto, numa das mais amplas apresentações feitas até hoje à imprensa.

Domingos Maria, diretor Unidade de Negócios Gás da Timor Gap, explicou que o projeto Beaçu, num espaço de entre 250 e 300 hectares, está a ser estudado desde 2008 com todos os componentes a serem alvo de uma análise de viabilidade, dois níveis de desenho de engenharia (conhecidos como Pre-FEED e FEED nas suas siglas em inglês) e outros estudos.

No caso do gasoduto as autoridades timorenses concluíram em 2013 todos os estudos, depois de análises a aspetos como a rota, a profundidade da água - há uma zona de 5 quilómetros onde ultrapassa dos 3.000 metros - e a situação do terreno.

Já identificaram as empresas que poderiam realizar a obra e até uma sondagem marítima detalhada como um veículo subaquático, concluindo uma análise geotérmica pontual com informação sobre riscos, desníveis e limitações físicas no percurso, entre outras.

A solução é um gasoduto de 231 quilómetros com uma profundidade máxima de 3.022 metros, uma dimensão de 24 polegadas e uma espessura de 37,4 milímetros, permitindo um fluxo de 900 milhões de metros cúbicos por dia.

O custo aproximado é de 826 milhões de dólares, valor muito mais barato do que a opção de fazer o gasoduto de 457 quilómetros até à cidade australiana de Darwin, onde o custo estimado ascender a 1,83 mil milhões.

"Além de que, com essa opção, haveria muito poucos benefícios sócio-económicos para Timor-Leste, tendo em conta emprego, conteúdo local e negócios de apoio", explicou Domingos Maria.

Sem poder quantificar o impacto exato que o gasoduto de um outro campo, o Bayu Undan, tem tido nos últimos anos em Darwin - "basta ver a forma como a cidade cresceu" - Francisco Monteiro recorda que o projeto chegou a empregar, no seu pico, 10 mil pessoas com "cada dólar investido no projeto a ter um impacto de 5 dólares na economia".

Por isso, afirma, "deve ser no mínimo desconhecimento" a opinião dos que criticam a apostar de Timor-Leste num projeto idêntico que trará "grandes benefícios" ao país.

No que toca às infraestruturas marítimas, que incluem um porto para apoio à unidade de GLN, o custo estimado pelas autoridades timorenses é de 1,4 mil milhões de dólares.

Por concluir estão os estudos relacionados com a unidade de GLN, estando a decorrer a fase final da análise pre-FEED. Só depois disso se saberá o custo aproximado final para a unidade onde se processa o gás do Sunrise.

Ainda assim, os estudos preliminares (conceptuais e de viabilidade) apontam um custo estimado é de 4,36 mil milhões de dólares, com uma margem de erro que pode alcançar + ou - 50 %.

ASP // PJA

Basta um ano para Timor-Leste poder arrancar com projeto gás natural - petrolífera

Díli, 27 mar (Lusa) - Timor-Leste já avançou significativamente nos estudos para a construção, no sul do país, de uma unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL) do campo de Greater Sunrise e está a apenas um ano de trabalho de poder avançar com concursos.

"Se a decisão fosse tomada hoje para avançar com o projeto, dentro de um ano poderíamos realizar os concursos", explicou Francisco Monteiro, presidente da Timor Gap, a petrolífera estatal timorense.

Findo esse prazo de estudos e licitação, demoraria cerca de cinco anos para concluir todas as fases do projeto: gasoduto, infraestruturas marítimas e a unidade de GNL.

Monteiro e vários elementos da equipa da Timor Gap fizeram aos jornalistas um ponto da situação sobre o projeto do gasoduto e do processamento de GLN de Beaçu, que por seu lado se inserem no Projeto Tasi Mane, de desenvolvimento do sul da ilha.

Nos últimos anos e a um custo total de cerca de 20 milhões de dólares, Timor-Leste realizou já grande parte dos estudos necessários para os vários componentes do projeto que deve, insiste Monteiro, ser pensado "a longo prazo, a 10, 15 ou 20 anos".

Domingos Maria, diretor Unidade de Negócios Gás da Timor Gap, explicou que o projeto Beaçu, num espaço de entre 250 e 300 hectares, está a ser estudado desde 2008 com todos os componentes a serem alvo de uma análise de viabilidade.

As contas timorenses apontam para receitas totais do projeto que ascendem a 110 mil milhões de dólares com a taxa interna de retorno (TIR) - a taxa que o investidor obtém do projeto - a ser de 20,61%, ou seja, aproximadamente 20 dólares por cada 100 dólares investido.

Nos cenários que foram estudados, Timor-Leste começaria a ganhar dinheiro a partir do sétimo ano de atividade, num período de retorno de cerca de 30 anos.

Esta semana, o ministro do Petróleo e Recursos Naturais timorense, Alfredo Pires, disse em entrevista à agência Lusa que o custo total do processamento do GNL em Timor-Leste custaria 13.000 milhões de dólares (12.000 milhões de euros), constituindo a opção mais barata.

Este custo divide-se, aproximadamente em 6,6 mil milhões 'downstream' - a fase de no transporte, distribuição e comercialização dos derivados do petróleo - e 6,4 mil milhões na fase 'upstream', essencialmente de extração e produção.

ASP // PJA

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