A
petição pela demissão do primeiro-ministro, com mais de 19.100 assinaturas, foi
hoje entregue nos serviços da Presidência da República e o seu autor fica agora
à espera de uma resposta do chefe de Estado.
Luís
Moreira, 52 anos, militante do Bloco de Esquerda, que preparou esta iniciativa
a título individual, disse à agência Lusa que entregou, no Palácio de Belém, a
petição, uma carta dirigida ao Presidente da República e uma 'pen' com as mais
de 19 mil assinaturas, para "evitar 400 páginas com a lista" dos
nomes.
"Os
agentes da PSP dos serviços da Presidência da República já nos aguardavam e
receberam os documentos, que foram carimbados à entrada", explicou Luís
Moreira.
A
petição tem por base a polémica acerca da carreira contributiva do primeiro-ministro,
intitula-se "Demissão imediata do Primeiro-Ministro Pedro Passos
Coelho" e cita vários artigos da Constituição da República Portuguesa,
para justificar o seu objetivo.
O
processo promovido por Luís Moreira iniciou-se com a entrega no parlamento, já
que a legislação estipula que "qualquer petição subscrita por um mínimo de
1.000 cidadãos é, obrigatoriamente, publicada no Diário da Assembleia e, se for
subscrita por mais de 4.000 cidadãos, é apreciada em plenário".
Aquelas
iniciativas têm de ser apreciadas pelas comissões parlamentares competentes, as
quais devem produzir um relatório em 60 dias, incluindo a proposta das medidas
julgadas adequadas, nomeadamente aos ministros respetivos e outras entidades.
A
instituição presidida por Assunção Esteves considerou, no entanto, não ser ali
o local adequado ao prosseguimento deste assunto.
"Entende-se
não ser a Assembleia da República o órgão competente para apreciar a petição,
visto não estar nas suas competências a demissão do primeiro-ministro",
lê-se na resposta do parlamento, que não viu "qualquer vantagem na remessa
da petição em causa a uma comissão [parlamentar], sendo preferível que os
peticionários dirijam a sua petição diretamente ao órgão competente para
demitir o Governo - o Presidente da República".
Mesmo
assim, segundo o texto da AR, a petição foi enviada a todos os grupos
parlamentares para, "caso o entendam, exerçam o seu poder de iniciativa,
nomeadamente em termos de apresentação de uma moção de censura ao Governo".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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