Jovens
saíram ontem à rua em sinal de protesto contra a detenção de Arão Tempo e José
Marcos Mavungo.
Jovens
saíram ontem à rua em vários municípios de Luanda, distribuindo panfletos
a pedir a libertação de dois outros activistas detidos há três semanas em
Cabinda, mas parte do material terá sido apreendido pela polícia.
O
relato, que a Lusa não conseguiu confirmar junto da Polícia Nacional,
foi feito pelos promotores da iniciativa apelidada de “manifestação pacífica de
carácter internacional”, sendo este um grupo de “jovens revolucionários” – como
se auto-intitulam – que exige a “libertação incondicional” destes elementos.
Em
causa está a situação do activista José Marcos Mavungo, indiciado do crime de
rebelião, e do advogado Arão Tempo, suspeito de colaboração com um estrangeiro
(também detido) contra o Estado angolano, na sequência de uma marcha contra a
alegada má governação e violação dos direitos humanos em Cabinda.
A
distribuição de panfletos, em que os activistas denunciam que ambos estão
“detidos injustamente” e “sem saberem que crime cometeram e quando serão
levados a tribunal”, aconteceu, afirmam – suportados em fotografias entretanto
distribuídas -, em vários municípios de Luanda.
No
centro da capital, em que o protesto, também com distribuição de panfletos,
estava agendado para as 13h, um reforço policial impediu durante a tarde o acesso
ao Largo da Independência, conforme a Lusa constatou no local.
Um
destes activistas, Pedrowski Teca, disse à agência Lusa que alguns
elementos foram abordados pela polícia no acesso a esta zona central de Luanda
e viram o material de propaganda confiscado, entre outras escaramuças e
detenções também relatadas pelo grupo.
A Lusa tentou
recolher uma reacção da Comando Geral da Polícia Nacional a estas denúncias,
mas sem sucesso até ao momento.
Contudo,
estes incidentes aparentam ter sido de menor gravidade face a outras ações
promovidas pelo mesmo grupo, que contesta o regime liderado pelo Presidente
José Eduardo dos Santos. Também o dispositivo policial mobilizado para a zona
central de Luanda foi mais reduzido, face a protestos anteriores.
Na
origem da acção de ontem esteve a manifestação agendada para Cabinda, a 14
de Março, que acabou por não se realizar, com os dois elementos a serem detidos
horas antes pela polícia.
Contudo,
estes ainda não têm qualquer acusação formal promovida pelas autoridades angolanas,
que continuam a recolher indícios, disse anteriormente à Lusa um
advogado que apoia, em Cabinda, os dois elementos.
O
advogado Arão Tempo foi detido no posto fronteiriço de Massabi, quando
pretendia viajar para a República do Congo, sendo presidente do Conselho
Provincial de Cabinda da Ordem de Advogados de Angola.
De
acordo a mesma fonte, o seu estado de saúde tem vindo a “debilitar-se”,
encontrando-se na cadeia civil de Cabinda, tal como o activista Marcos Mavungo,
igualmente detido antes da marcha programada, a qual tinha organizado.
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Angola
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