A
Guiné Equatorial vai "afundar-se" numa recessão de 8,7% este ano por
causa da quebra dos preços do petróleo e da consequente quebra no investimento
público, antevê o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Segundo
o relatório 'Perspetivas económicas em África 2015' (African Economic Outlook,
no original em inglês), "em 2015 o Produto Interno Bruto deve contrair-se
drasticamente, para 8,7%, devido à atual quebra na produção de petróleo e gás e
à redução do investimento público em infraestrutura, antes de voltar a subir
para 1,9% em 2016", mas os peritos alertam que "não há dados fiáveis
e, por isso, é muito difícil fazer projeções".
De
acordo com o texto, divulgado hoje pelo BAD na sua 50.ª reunião na capital da
Costa do Marfim, a Guiné Equatorial não conseguiu recuperar da recessão do ano
passado, motivada não só pela quebra dos preços do petróleo, mas também pela
falta de petróleo nos seus próprios poços, que atingiram a capacidade máxima de
produção e obrigaram as autoridades a recorrer às reservas que tinham colocado
em bancos no estrangeiro e no Banco dos Estados da África Central.
O
Fórum da Guiné Equatorial Emergente, que reuniu em Malabo, em fevereiro do ano
passado, quase 300 investidores estrangeiros, "atestou a determinação das
autoridades para diversificarem a economia", que viram a queda dos preços
do petróleo obrigar ao levantamento de depósitos e reservas em bancos estrangeiros.
"O
continuado declínio na produção de petróleo e nos preços internacionais devem
obrigar o Governo a continuar a retirar as suas reservas, sob risco de as
esgotarem", escrevem os peritos do BAD, que notam que o país está a
implementar "um ambicioso projeto de desenvolvimento político e
territorial", o que poderá ter um efeito positivo, nomeadamente em Oyala,
a nova capital no continente, que "dará acesso a casas, água, eletricidade
e serviços públicos, como saúde e educação, de qualidade".
As
economias africanas deverão abrandar o crescimento, este ano, para 4,5% e
poderão acelerar para 5% no próximo ano, prevê o BAD.
"Apesar
da crise financeira global, as economias africanas crescerão 4.5% em 2015 e
poderão atingir 5% em 2016, ultrapassando a maioria das regiões e convergindo
com as atuais taxas de crescimento na Ásia; no entanto, a queda dos preços do
petróleo e das matérias-primas, as consequências do surto de Ébola na África
Ocidental e as incertezas políticas internas poderão atrasar o esperado retorno
a níveis de crescimento similares aos verificados antes de 2008", lê-se no
African Economic Outlook.
O
documento prevê que a população africana triplique até 2050, argumentando que,
por isso, "a modernização das economias locais será crucial para aumentar
a competitividade do continente e melhorar as condições de vida da sua
população".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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