O
histórico militante do PS Manuel Alegre acusou hoje a atual maioria de ter
colocado "Portugal de joelhos", instou o partido a "falar
socialista em vez de "'tecnocratês'" e lamentou o Presidente da
República "de fação".
"Eles
não pensam em Portugal acima de tudo, eles puseram Portugal abaixo de tudo,
puseram Portugal de joelhos. Assumem sem pudor o fundamentalismo ideológico do
neoliberalismo. Nós não somos Syriza, mas também não seremos PASOK. Somos
socialistas, portugueses e com orgulho", afirmou.
Alegre
discursava no segundo dia de convenção nacional do PS para aprovação do
programa eleitoral para as eleições legislativas deste ano, no Coliseu dos
Recreios, em Lisboa.
O
antigo deputado criticou as opções do executivo de Pedro Passos Coelho e Paulo
Portas relativamente à venda da TAP, à constitucionalização de limites de
endividamento ou à recondução do governador do Banco de Portugal.
"Temos
de governar pelas pessoas, os direitos sociais, o combate à desigualdade e a
defesa da Constituição contra a qual a direita governou, com a bênção de Cavaco
Silva", disse, originando a primeira de duas grandes vaias da plateia,
sempre que referiu o nome do Presidente da República.
Para
Manuel Alegre, "a verdadeira troika é constituída por PSD, CDS e Cavaco
Silva".
"Não
temos de pedir desculpa por ser quem somos, não temos de andar disfarçados nem
falar uma língua que não e a nossa. Não temos de falar 'tecnocratês'. Vamos
falar português, vamos falar socialista", incitou, apelando para a concentração
na defesa do Serviço Nacional de Saúde, do ensino público, dos direitos de
trabalhadores e pensionistas e das minorias.
O
ex-candidato presidencial independente e poeta aconselhou ainda o líder
socialista, António Costa, a falar para os "muitos que não
acreditam", os "milhões de portugueses que sofreram estas políticas,
os acabrunhados, os que se interrogam sobre se vale a pena votar no PS",
transmitindo-lhes a "alegria e gosto do combate político".
"Com
calor e de mãos inteiras. É assim que António Costa tem de estar, pela vitória
e pela maioria absoluta", afirmou, citando outro poeta, Orlando Costa.
Lusa,
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