Adelino
de Almeida acusou a Open Society e a USAID de terem gasto USD 14,5 milhões a
financiar manifestações contra o governo.
Borralho
Ndomba – Rede Angola
O
director da Open Society Angola, Elias Isaac, negou hoje que a sua
organização esteja a apoiar financeiramente os protestos no país. Elias Isaac
responde assim às declarações feitas ontem pelo analista político Adelino de
Almeida, num debate promovido pela TPA, em que acusa a Open Society de
gastar cerca de USD 14,5 milhões em campanhas políticas contra o presidente
José Eduardo dos Santos e o MPLA.
Em
declarações ao Rede Angola, Elias Isaac desafiou o
analista a apresentar provas das suas acusações. Disse ainda que o
antigo deputado do MPLA só teve a ousadia de acusar a ONG que dirige
porque a TPA não convidou para o programa nenhum representante da
Open Society Angola para esta responder às acusações.
“Ele
que prove que a Open Society financiou as manifestações. Ele teve o privilégio
de ter um espaço onde esteve sozinho para fazer estas acusações, porque se a TPAconvidasse
a Open Society, nós iríamos apresentar os factos”, apontou o representante
da fundação norte-americana, que funciona em Angola desde 1998.
O
responsável da ONG disse ainda que o posicionamento do antigo jornalista já é
conhecido, pois segundo Elias Isaac, o analista político é pago para
acusar pessoas ou organizações que têm ideologias diferentes das do MPLA. “Isso
não é novo. Sabemos que ele é pago para mentir e acusar. Todo trabalho dele
dentro da instituição é sempre fazer propaganda do partido e acusações”,
disse.
O
director da Open Society Angola confirma também que a ONG já gastou milhões de
dólares, sem dizer o montante, para financiar vários projectos sociais no país,
mas não em manifestações.
“Nós
trabalhos com organizações da sociedade civil, organizações de direitos
humanos, organizações que trabalham contra a corrupção. Nós trabalhamos na
capacitação dos cidadãos para poderem assumir a sua cidadania, apoiamos
formações e nós não temos financiamento para apoiar nenhuma manifestação”,
afirmou, explicando que a fundação abre concursos para apresentação
de projectos a financiar através do Jornal de Angola.
“Ele
seria mais sensato se apresentasse provas. Não temos nenhuma informação
secreta. Os nossos projectos são financiados na base de uma publicação que a
gente faz ao Jornal de Angola, em que solicitamos projectos para
financiar, e ele que consulte o Jornal de Angola e vai ver que
organizações solicitamos, para que nos apresente projectos para serem
financiados”, disse.
Nas
suas declarações ontem no programa “Especial Informação”, Adelino de Almeida
acusou as organizações não governamentais Open Society Angola e a USAID
de estarem a financiar as manifestações contra o executivo. Especificando
que o montante gasto foi de cerca de USD 14,5 milhões.
“Fruto
de muitos trabalhos de investigações que aparecem aí, e que também faço como
antigo jornalista, chego sempre à conclusão de que uma fonte financiadora
dessas ONG que promovem essas manifestações é a Open Society Angola, que é
uma fundação a nível global que tem sede nos Estados Unidos”, explicou
afirmando que desde a fundação da organização no país, “já despendeu cerca de
USD 14,5 milhões para financiar justamente estas organizações não
governamentais”, garantiu.
Segundo
Adelino de Almeida, os jovens que protestam constantemente contra as políticas
do governo são usados pelas organizações, tendo revelado que a Open
Society poderá estar por trás da suposta manifestação prevista
para decorrer na província de Benguela, ainda
este fim de semana (ver aqui o texto).
“Tenho
conhecimento de que há um projecto de manifestações justamente neste período
que antecede o aniversário do presidente da República e são intervenientes
maioritariamente pessoas com a profissão de moto-taxistas”, afirmou.
“Nunca
tivemos apoios”
Contactado
pelo RA, o membro do Movimento Revolucionário, Adolfo Campos, diz que as
manifestações realizadas no país não contam com apoios de nenhuma organização.
O jovem contestatário revela que para chegar aos locais das manifestações cada
elemento do grupo usa o seu próprio dinheiro.
“Sabemos
que isso é mentira porque sempre que organizamos as manifestações fazemos com o
nosso dinheiro. Até outras pessoas que vão nas manifestações pagam o táxi com
os seus valores”, afirmou reiterando que “nunca tivemos apoio. Se tivéssemos
apoio o regime não estaria aí por mais de seis meses”, reiterou Adolfo Campos.
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