Líderes
religiosos da Guiné-Bissau têm-se desdobrado em contactos com os responsáveis
políticos com vista a ajudar a aproximar as partes desavindas desde que o
Presidente do país derrubou o Governo eleito.
Durante
mais de duas horas, uma delegação de chefes religiosos da Igreja Católica, das
comunidades muçulmana e Evangélica, reuniu-se hoje o líder do Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira -
depois de na quarta-feira se ter encontrado com o Presidente do país, José
Mário Vaz.
Em
declarações à imprensa, Lampra Cá, bispo auxiliar da Diocese de Bissau e
porta-voz do grupo, afirmou que os chefes religiosos pretendem dar a sua
"modesta contribuição" na procura de "soluções com menores
efeitos colaterais e adversos" perante a crise que assola a Guiné-Bissau.
Segundo
Lampra Cá, é intenção dos responsáveis religiosos encontrar "uma solução
airosa", numa conjugação de esforços com todas as partes.
"Sentimos
que o nosso país está um pouco doente, sentimos esse dever, como religiosos que
somos, de poder dar uma mãozinha naquilo que é possível", assinalou Lampra
Cá, recusando-se a adiantar quais as propostas de solução que os religiosos
defendem.
O
responsável da igreja católica guineense disse que o grupo ainda vai entabular
mais contatos com a classe política antes de avançar com a sua proposta de
solução.
Contudo,
Lampra Cá disse pressentir que, tanto da parte do PAIGC, como da do Presidente
"existe a vontade" de ultrapassar a crise.
"É
o interesse do país que está em causa", defendeu o porta-voz dos chefes
religiosos.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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