Aliança
pela Paz, Estabilidade e Democracia e o Movimento Nacional da Sociedade Civil
dizem que Bissau está policiada e censura regressou aos órgãos públicas de
comunicação.
Alvaro
Ludgero Andrade - Voz da América
A
Aliança pela Paz, Estabilidade e Democracia e o Movimento Nacional da Sociedade
Civil da Guiné-Bissau entregaram nesta sexta-feira, 28, ao Procurador Geral da
República um pedido de fiscalização da legalidade dos decretos do Presidente da
República que exonerou o primeiro-ministro e nomeou um novo chefe de Governo.
Aquelas
duas organizações esperam agora que o Procurador-Geral envie o processo ao
Supremo Tribunal de Justiça para apreciação, no momento em que, segundo Aliança
pela Paz, Estabilidade e Democracia, Bissau é uma cidade policiada e a censura
está instalada nos meios públicos de comunicação.
Da
promessa à associação, a Aliança pela Paz, Estabilidade e Democracia, que
engloba várias associações e partidos políticos, e o Movimento Nacional da
Sociedade Civil, que integra cerca de 150 organizações não governamentais,
avançaram com a petição de fiscalização da constitucionalidade dos dois
decretos presidenciais.
Fatumata
Djay Baldé, porta-voz da Aliança, diz que o Presidente não respeitou o artigo
da Constituição que define as condições em que deve demitir o Governo.
"Ele
apenas se deteve no último aspecto que se refere à existência de crise
política, o que não existia na altura, mas que foi agora criada pelo próprio
Presidente da República", diz Baldé ao justificar o pedido entregue ao
PGR.
Agora,
aquelas organizações consideram que a Procuradoria-Geral da República deve tão
somente submeter o processo ao Supremo Tribunal de Justiça para julgamento.
"Não
acredito que a procuradoria tenha de investigar, mas apenas enviar o processo
ao Supremo Tribunal de Justiça que fará a análise à luz da Constituição",
explicou.
Entretanto,
a jornada de desobediência civil convocada pela Aliança pela Paz, Estabilidade
e Democracia e o Movimento Nacional da Sociedade Civil da Guiné-Bissau não teve
o impacto desejado.
A
porta-voz daquelas duas organizações justifica esse fracasso com o reforço da
polícia nas ruas de Bissau e a censura na rádio e televisão públicas.
"Não
teve a adesão que se pretendia, mas houve impacto porque a polícia tomou conta
das ruas de Bissau, como nunca aconteceu, e as pessoas estão intimidadas",
diz Baldé, lembrando ainda que "muitas mensagens deixaram de ser passadas
nos meios de comunicação públicas porque agora censuram todos aqueles que não
estão de acordo com o Presidente".
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