Joanesburgo,
África do Sul, 25 ago (Lusa) - Oito polícias sul-africanos foram hoje
considerados culpados de homicídio pela morte de um homem moçambicano, que
morreu após ter sido arrastado atrás de um veículo da polícia há dois anos,
segundo a agência France Presse (AFP).
Mido
Macia, taxista de 27 anos, morreu sob a custódia da polícia em fevereiro de
2013, depois de ser detido por ter estacionado o seu carro no lado errado da
estrada.
Testemunhas
filmaram o homem a ser detido, algemado à traseira de uma carrinha da polícia e
arrastado centenas de metros pelo veículo em Daveyton, a leste de Joanesburgo.
Duas
horas depois, foi encontrado morto na sua cela, numa poça de sangue.
O
juiz Bert Bam, do Alto Tribunal de Petrória, condenou todos os agentes
identificados no vídeo por homicídio.
Em
sua defesa, os acusados alegaram que o taxista tinha resistido com violência à
detenção e atacado um polícia.
O
condutor da carrinha declarou que arrancou para escapar a uma multidão hostil
que se tinha juntado no local, e que não sabia que o moçambicano estava
algemado à traseira do veículo.
Descrevendo
as alegações da defesa como "plenas de discrepâncias e
improbabilidades", o juiz concordou com a acusação, que alegou que a
polícia estava a "tentativa de ensinar uma lição ao falecido", por
este ter insultado verbalmente o agente que o deteve.
Mido
Macia estava a ser "detido ilegalmente" por uma violação de tráfico
menor, afirmou o juiz, e estava por isso intitulado a resistir à sua prisão.
A
vítima foi ainda agredida na sua cela, acrescentou, citando um relatório
'post-mortem' que encontrou extensas lesões na cabeça, lacerações e hematomas.
"Os
ferimentos nos tecidos moles eram extensos e as contusões eram severas",
afirmou, concluindo que "considerando todas as provas, é claro que o
falecido foi agredido na sua cela".
Um
nono acusado foi absolvido.
A
polícia sul-africana é frequentemente alvo de alegações de brutalidade
policial, mas condenações contra agentes são raras.
Os
oito condenados vão conhecer a sua sentença a 22 de setembro e poderão ter que
cumprir uma pena mínima de 25 anos na prisão.
RZA/APN
//APN - Lusa
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