O
representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau disse hoje ao Conselho de
Segurança da ONU que tem garantias do chefe dos militares guineenses de que
estes vão ficar afastados da crise política no país.
"Os
militares sublinharam que estão determinados a ficar totalmente fora da
política e seguir uma atitude republicana de submissão à autoridade civil e
obediência à Constituição", disse Trovoada, citado pela agência France
Presse.
O
representante falava numa reunião do Conselho de Segurança em Nova Iorque em que
apresentou o relatório semestral da missão do Gabinete Integrado das Nações
Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS).
Segundo
Miguel Trovoada, a crise não põe em causa as intenções de apoio de mil milhões
de euros anunciadas pela comunidade internacional na mesa redonda de doadores,
realizada em março, em Bruxelas.
No
entanto, "um cenário de crises repetidas, sem paz, sem estabilidade
duradoura, pode pôr em perigo esse apoio".
O
embaixador da Guiné-Bissau junto das Nações Unidas, João Soares da Gama, convidou
o Conselho de Segurança a "não abandonar o povo" ao mesmo tempo que
disse "compreender a frustração" dos parceiros internacionais do
país.
"O
apoio da comunidade internacional para uma resolução pacífica desta crise é
muito importante", referiu.
Soares
da Gama valorizou "a calma demonstrada pela população", assim como a
"neutralidade manifestada pelos militares".
"Esperamos
que mantenham essa atitude de não-interferência", concluiu.
Contra
todas as posições dentro e fora do país, o Presidente da República da
Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu o Governo a 12 de agosto e designou como
primeiro-ministro, no dia 20, Baciro Djá, vice-presidente do PAIGC.
O
PAIGC, que venceu as eleições e tem maioria no Parlamento, acusa Vaz de cometer
"um golpe palaciano" e sustenta não haver razões para demitir o
Executivo.
O
STJ anunciou hoje que vai avaliar a constitucionalidade da designação de Baciro
Djá, na sequência de uma ação judicial dos ex-diretores da rádio e televisão
públicas, substituídos no início da semana pelo novo primeiro-ministro.
Segundo
um advogado participante no processo, a decisão deverá ser conhecida no prazo
de 15 dias.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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