Ex-presidente
nacional do PSB, o cientista político Roberto Amaral alerta que “grupos
conservadores, reacionários e protofascistas” agem no país, na tentativa de um
golpe de Estado contra o governo eleito, democraticamente, da presidenta Dilma
Rousseff. O ex-presidente do PSB, falando a jornalistas,definiu como “golpismo
explícito” a afirmação do vice-presidente, Michel Temer, na noite de
quinta-feira, de que será difícil a presidente Dilma Rousseff concluir seu
mandato caso se mantiverem os atuais índices de popularidade, de 7, 8%.
–
É muito triste e muito grave. Falou o vice-presidente da República, o sucessor
direto da presidente – disse Amaral.
Para
o líder de esquerda, a declaração de Temer não pode ser considerada um deslize,
uma vez que Temer, segundo ele, sinaliza de forma recorrente com a hipótese de
assumir o governo.
–
Dizer que não há uma tentativa de golpe é esconder o sol com a peneira –
avaliou.
Na
origem da crise, segundo Amaral, está a própria esquerda brasileira que,
durante os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na primeira
gestão da presidenta Dilma, não ampliou a resistência à ação dos grupos de
ultradireita, encastelados no poder desde o golpe de Estado de 1964. “Quem
quiser, no que resta de esquerda brasileira, que construa castelos de areia
sobre a ilusão do fim da luta de classes, ou da conciliação dos interesses
populares com a burguesia reacionária, rentista, quatrocentona, de nariz
arrebitado e cartórios na Avenida Paulista. Nossas ‘elites’ conservadoras têm consciência
de classe, mais aguda e mais profundamente que os dirigentes da Força
Sindical”, escreveu o líder socialista, ainda
em 2012.
Presente
durante a manhã deste sábado ao encontro promovido pela Frente Brasil Popular,
na capital mineira, Amaral assegura que o antídoto à tentativa de golpe é a
manifestação popular, é a presença mobilizada dos movimentos sociais, em um
momento grave para a democracia brasileira.
–
Uma conjuntura difícil. No meu ponto de vista a mais grave crise desde a
democratização – afirmou.
Correio
do Brasil – Na foto Dilma recebe o apoio de Amaral, que alerta para o risco de
um golpe de Estado, no país
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