quinta-feira, 15 de outubro de 2015

BNU em Timor-Leste conta lançar banca online ainda este mês - diretor



Díli, 15 out (Lusa) - O BNU, sucursal da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em Timor-Leste, prevê lançar ainda em outubro um novo serviço de banca online, antecipando para o primeiro semestre de 2016 o lançamento dos primeiros cartões de crédito do país.

O anúncio foi feito pelo diretor da entidade em Díli, Fernando Torrão Alves, durante um encontro entre responsáveis da CGD, incluindo a administradora Maria João Carioca e um grupo de empresários portugueses radicados em Timor-Leste.

Torrão Alves explicou que no caso da banca online o portal BNU direto, idêntico ao utilizado para a Caixa Direta, está já a ser alvo de testes internos devendo ser lançados para clientes particulares "até ao final do mês".

"Em relação ao serviço dos cartões de crédito, esperamos que esteja disponível no decurso do primeiro semestre de 2016", explicou.

O responsável do BNU explicou ainda que estão a decorrer contactos com o Banco Central de Timor-Leste sobre a criação de uma rede interbancária que facilite os processos entre as várias entidades que operam no mercado timorense.

Segundo explicou já decorreram várias reuniões técnicas e "este ano poderá haver ainda potenciais decisões sobre que modelo Timor-Leste pretende escolher".

A reunião de hoje contou com a participação de cerca de 50 empresários ligados aos setores do retalho, telecomunicações, obras públicas e construção, advocacia e outros serviços, setor livreiro, cadastro e consultoria empresarial, audiovisual e comércio, entre outras.

O encontro, organizado pela delegação do BNU em Timor-Leste, pretendia ouvir os empresários sobre a sua experiência de negócios e investimento no país e sobre os mais desafios e problemas que encontram, especialmente no setor bancário.

Durante o encontro os empresários detalharam algumas das dificuldades de operar no mercado timorense, especialmente no que toca à dificuldade de acesso ao crédito e aos problemas com as garantias bancárias, num país onde falta lei de propriedades e outros elementos essenciais do quadro legislativo.

Maria João Carioca, administradora da CGD, disse aos empresários que no que se refere aos créditos, os critérios e condições aplicadas pela entidade na sua sucursal em Timor-Leste são idênticos aos aplicados nas restantes presenças internacionais do banco.

O facto de haver limites locais para aprovação - sem consulta a Lisboa - de operações de crédito não impede os processos de decisão, com as operações a serem avaliadas com políticas de bom governo e práticas de concessão de crédito normais.

Esses limites, insistiu, não atrofiam a atividade de crédito e a CGD tem, atualmente, uma "posição de liquidez extraordinariamente confortável" estando aberta à concessão de créditos e sem "impedimentos de fundo", apesar do contexto económico.

Isso não implica que a CGD deixe de aplicar os critérios de avaliação dos pedidos de crédito, tendo em conta a sustentabilidade das empresas, o equilíbrio entre capitais próprios e divida e outros aspetos.

"Ter contas claras facilita, ter estruturas de capital minimamente sustentadas facilita o processo e reduz o tempo de apreciação", destacou.

A administradora da CGD explicou ainda que o objetivo da entidade é continuar em Timor-Leste, "empenhada em colaborar no desenvolvimento com continuidade" da economia do país, procurando "um equilíbrio" entre o envolvimento com as empresas timorenses e com as empresas portuguesas.

ASP // FV

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