O
que vai Cavaco dizer às oito da noite?
Especialistas
ouvidos pela TSF acreditam que ainda não será hoje que o Presidente da
República anunciará um convite formal a Passos Coelho para formar Governo. Mas
pode dar indicações do que pretende no novo cenário político. Ouvir os partidos
é uma questão formal que o candidato a Belém, Henrique Neto quer ver cumprida
A
comunicação do chefe de Estado ao país acontecerá depois do encontro com o
presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que está agendado para as 18:00.
O
professor de Ciência Política, António Costa Pinto considera "pouco
provável" que o chefe de Estado anuncie o convite para formação de
governo. No entanto, o Presidente "poderá dar uma mensagem geral sobre a
sua interpretação dos resultados eleitorais".
E
nesse sentido, poderá ser uma "mensagem genérica sobre a possibilidade de
acordos mais alargados tendo em vista a conjuntura do país", antecipa o
professor da Universidade de Lisboa.
Também
ouvido pela TSF, José Palmeira, professor de Ciência Política na Universidade
do Minho não acredita que seja feito, já hoje, um convite a Passos Coelho para
formar governo.
"Não
sei até que ponto será legítimo endereçar já um convite sem atender ao
encerramento do processo eleitoral", diz o professor universitário lembrando
que ainda falta conhecer os votos da emigração.
O
académico defende que "seria conveniente" auscultar a opinião dos
partidos, "quanto mais não seja do ponto de vista formal. E é sabido que o
Presidente da República dá muita importância às questões formais".
A
questão formal é também levantada por Henrique Neto, candidato a Belém.
"As
formalidades são para se cumprir, nomeadamente porque havendo maioria de
deputados de esquerda, justifica-se que Cavaco Silva ouça os partidos",
afirmou à TSF.
Questionado
sobre a expectativa que tem sobre a comunicação presidencial desta noite,
Henrique Neto vai mais longe: "Espero que não seja para Cavaco Silva dizer
que convidou Passos Coelho para formar governo".
Para
o candidato, nas atuais condições, "seria avisado que não o fizesse antes
de ouvir os restantes partidos políticos".
Na
perspetiva de José Palmeira, "pode ser que o Presidente da República
reforce o apelo para que a governação se processe num quadro de
estabilidade" mas mesmo assim, segundo o académico, "não deixa de ser
estranho que Cavaco Silva o faça sem antes apalpar o pulso a António
Costa".
No
domingo, a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) venceu as eleições com
38,55% (104 deputados), o PS conseguiu 32,38% (85 deputados), o BE subiu a
terceira força política com 10,22% (19 deputados), a CDU alcançou 8,27% (17
deputados) e o PAN vai estrear-se no parlamento, com um deputado, 1,39% dos
votos.
Para
esta tarde, ainda antes do encontro de Cavaco Silva e Passos Coelho, está
marcada uma reunião da comissão política do PSD. O Conselho Nacional dos
sociais-democratas, o órgão máximo do partido entre congressos, reúne-se depois
às 18:30.
Para
essa hora está também marcada a comissão política do CDS-PP. O Conselho
Nacional dos democratas-cristãos reúne-se mais tarde, a partir das 20:30.
O
PS também tem marcada para esta noite, às 21:30, uma reunião da sua comissão
política.
TSF - Titulo PG
Sem comentários:
Enviar um comentário