O
líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC),
Domingos Simões Pereira, denunciou hoje, 06 de outubro, a tentativa de
aprisionamento e de eliminação física de políticos, acusados de serem os
responsáveis do regresso ao país, de antigo Chefe de Estado-Maior General das
Forças Armadas, Contra-Almirante José Zamora Induta.
O
ex-primeiro-ministro falava à imprensa, à saída de uma reunião mantida com os
embaixadores e representantes das organizações internacionais acreditados no
país. O encontro visou informar os diplomatas sobre a atual situação política
da Guiné-Bissau.
Segundo
Domingos Simões Pereira, referindo-se à presidência da República, “a mesma
entidade que evocou a corrupção e o nepotismo para justificar a decisão de
demissão do governo, quando foi convidado pela comissão parlamentar do
inquérito a apresentar provas e evidências materiais da sua suspensão e
acusação, no entanto resolveu pedir à comissão que o elucide quando e em que
passagem teria dito isso”.
“Nesta
saga de justificação e de fuga para frente explora-se agora a possibilidade de
envolver as forças da defesa e de segurança no imbróglio recorrendo a situação
de regresso ao país de Contra-Almirante José Zamora Induta. Como é que um
processo julgado e sentenciado e cujos culpados materiais foram objeto de
indulto pronunciado por Presidente da República, muito deles recuperados para
altas missões de Estado, hoje, serve para novas acusações e tentativa do
envolvimento dos políticos alvos com ameaças de aprisionamento e quiçá mesmo de
eliminação física”? Questionou o líder do partido libertador.
O
político afirma que é “imperativo e urgente “acordarmos-nos da letargia” para
estancar esta deriva que se se manter, será fatal para afirmação do Estado de
Direito Democrático de todas ambições”.
Pereira
revelou, por outro lado, que não foi possível o entendimento com o Partido da
Renovação Social (PRS) que detém a segunda maior força política do parlamento e
mesmo depois de várias rondas negociais e das promessas e compromissos que o
seu partido assumiu, nomeadamente atribuição de oito pastas ministeriais, a
identificação e a liberdade de escolha de titulares para estes sectores bem
como a despenalização dos elementos que entraram para o “governo
inconstitucional e ilegal”.
O
presidente do PAIGC apelou os guineenses a estarem cientes dos “riscos” que o
país incorre.
“No
espaço da convivência democrática as pessoas reagem na base das leis e
contribuem para o reforço das instituições. Quando nós não somos capazes para o
fazer nós fragilizamos essas instituições e criamos condições para que o cão se
instale no país. PAIGC está preparado para assumir a nossa responsabilidade,
mas estamos determinados a responsabilizar quem não cumprir a sua missão
histórica”, advertiu o político.
Assana
Sambú – O Democrata – Título PG
Sem comentários:
Enviar um comentário