O
candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa lembrou hoje as últimas semanas
da política nacional para sublinhar o papel do Presidente da República e
prometeu, caso seja eleito, ser o chefe de Estado da Constituição e da
cidadania.
"Agora
é que temos mesmo de nos mobilizar em torno de uma candidatura independente,
capaz de defender a Constituição e os seus valores. Prometo-vos, a todos aqui
presentes, que serei o Presidente da Constituição. É um compromisso,
definitivo, que assumo perante os portugueses", vincou.
Sampaio
da Nóvoa falava em Lisboa, num jantar-comício tido numa escola nos Olivais.
As
presidenciais, assinalou, "são o único ato eleitoral unipessoal" do
sistema político português e "num momento decisivo" para futuro de
Portugal, "no qual o papel do Presidente da República é determinante, cada
candidato deve mostrar, pelo exemplo concreto, o que faria como
Presidente", defende.
"Há
quem queira agradar a gregos e troianos, tentando equilibrar-se numa corda
bamba que nunca se sabe para que lado vai pender. Falou e falou ao longo dos
anos, deu notas e conselhos, antecipou cenários, e agora limita-se a dizer: 'É
preciso esperar para ver'. Esperar, o quê?! Quando já tanto se sabe, trata-se,
não de esperar, mas de decidir com coerência e imparcialidade", disse, sem
nunca referir o nome de outros candidatos a Belém, nomeadamente Marcelo Rebelo
de Sousa.
António
Sampaio da Nóvoa lembrou a sua intervenção em 2012 no dia de Portugal, um
momento que muitos recordam como emblemático, e onde o docente e antigo reitor
falou por exemplo das fraturas entre gerações, empregados e desempregados ou
trabalhadores públicos e privados.
Esta
conflitualidade, adverte, "está, agora, também na política, porque se
puseram em causa, nos últimos anos, as bases que sustentam as sociedades
democráticas, com a destruição da classe média, com a erosão de um centro
moderado e equilibrador".
Nesse
sentido, prosseguiu, um governo de gestão, "durante longos meses e sem
orçamento, é inconstitucional" e pode "arrastar perigos graves de
degradação da democracia".
"É
preciso dar posse a um Governo de maioria parlamentar", frisou o
candidato, que aproveitou também para criticar o que chamou de "manobras
de diversão inaceitáveis como a recente proposta de revisão instantânea da
Constituição" da parte do líder do PSD, Pedro Passos Coelho.
"Tenho
como profissão o ensino, e como obrigação a cidadania. Os portugueses contam
comigo, com isenção, com imparcialidade, para agir pelo bem comum, e não por
interesses particulares. É esse o meu compromisso, é com esse compromisso que
serei um Presidente de todos, com todos, um Presidente da cidadania", realçou
Sampaio da Nóvoa.
No
jantar-comício desta noite houve também intervenções da dirigente e deputada
socialista Ana Catarina Mendes, do antigo secretário-geral da CGTP, Manuel
Carvalho da Silva, e da presidente da Junta de Freguesia dos Olivais, Rute
Lima.
Presentes
estiveram ainda outras figuras da área socialista, casos de Edite Estrela,
Gabriela Canavilhas, Paulo Pedroso ou o histórico Edmundo Pedro, o fundador do
Partido Livre (força política que apoia formalmente Sampaio da Nóvoa), Rui
Tavares, o capitão de Abril Vasco Lourenço, o constitucionalista Jorge Miranda
ou o músico Júlio Pereira.
No
começo do jantar foi feito pelos presentes - mais de 700 - um minuto de
silêncio em memória das vítimas dos atentados de sexta-feira em Paris.
"Há
muitas maneiras de começar um convívio, mas hoje só havia uma: o silêncio. O
silêncio que nos junta, solidários, contra a barbárie", assinalou Sampaio
da Nóvoa.
Em
dias assim, "desgraçados", cada cidadão "deve assumir a sua
própria responsabilidade, pela liberdade de todos".
"Em
dias assim, temos de nos manter vigilantes contra todos os extremismos. A nossa
resposta tem de ser mais democracia, mais direitos fundamentais, mais Estado de
Direito", prosseguiu o candidato.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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