Cabo
Verde tem neste momento com cerca de 20 mil imigrantes legalizados, avançou
hoje à Lusa a diretora-geral da Imigração cabo-verdiana, indicando que serão criadas
condições para registar os cerca de 10 mil imigrantes ainda ilegais.
Em
declarações à Lusa no âmbito da sexta reunião do Conselho Nacional de Imigração
(CNI), Carmen Barros indicou que até 2014 os dados do Instituto Nacional de
Estatísticas (INE) apontavam para cerca de 18 mil imigrantes, mas o processo de
regularização extraordinária, que foi de janeiro a abril últimos, abrangeu mais
1.058 estrangeiros.
A
responsável salientou, entretanto, que a nova lei abre espaço para a
regularização contínua de imigrantes, que neste momento representam quase 4% da
população residente em Cabo Verde.
"As
pessoas que não foram contempladas é porque não conseguiram entregar os
documentos a tempo. Por isso, o nosso desafio é desenvolver outras formas para
regularizar os imigrantes", disse a diretora-geral, indicando que os
problemas dos imigrantes em Cabo Verde continuam a ser a regularização e a
documentação.
Carmen
Barros disse que o Governo tomou medidas, a nível técnico, político e
administrativo, para uma melhor integração dos imigrantes, como a realização de
um estudo no ano passado que concluiu que 80% dos imigrantes inquiridos tem um
nível de "satisfação elevado" no país.
A
reunião do CNI acontece uma altura em que acontecem fluxos migratórios e uma
vaga de refugiados na Europa, tendo Carmen Barros adiantando que Cabo Verde
está a se preparar para que a gestão da imigração seja "bem feita",
para "evitar a exclusão" e para que o Estado tenha controlo do seu
território em matéria de permanência de imigrantes.
A
responsável disse à Lusa que a tomada de medidas e a criação de condições diminui
os riscos de situações como as dos refugiados e que o país deve ter uma
"coerência" de imigração, tanto dentro como para as comunidades lá
fora.
Durante
o CNI, foi apresentado os resultados de três anos do projeto de integração
social dos imigrantes, um dos pontos da Estratégia Nacional de Imigração,
implementada desde 2012, que contempla formação, empoderamento e financiamento
das associações de imigrantes.
Em
declarações à Lusa no âmbito da reunião, o presidente da Plataforma das
Comunidades Africanas, Tony Parker, disse que Cabo Verde está em "bom
caminho" no que diz respeito à integração dos imigrantes após a
implementação das políticas para o setor.
"Em
termos de políticas de imigração, Cabo Verde está à frente na nossa
sub-região", avaliou Tony Parker, para quem, além da falta de condições,
um dos problemas que atrasa a legalização dos imigrantes é a obtenção dos
documentos do país de origem.
RYPE
// VM - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário