António
Bagão Félix – Público, opinião
A credível
e prestigiada organização não-governamental Oxfam publicou os últimos dados
sobre a desigualdade social no mundo, imediatamente antes da realização do
Fórum Económico Mundial de Davos.
Vale
a pena sumariar alguns dos pontos do relatório:
–
A riqueza acumulada por 1% da população mundial foi, em 2015, equivalente ao
património dos 99% restantes.
– As
62 pessoas mais ricas acumularam o equivalente à riqueza dos 50% mais pobres da
população mundial (em 2010 eram 388 pessoas).
–
Um em cada nove seres humanos não tem o suficiente para comer.
–
Mais de mil milhões de pessoas ainda vivem com menos de 1,25 dólares (pouco
mais de um euro) por dia.
Estes
números e a sua evolução falam por si. A desigualdade na distribuição dos bens
é avassaladora e tende ainda a ser mais cavada. A crise por que vem passando o
mundo agudizou a situação, tornando os ricos mais ricos e os pobres mais
pobres. Os paraísos fiscais continuam inamovíveis e a corrupção alastra
endemicamente. Vivemos perigosos tempos de “politeísmo” de dinheiro, poder,
nacionalismos e integrismos
.
Como
há 70 anos já protestava Gandhi, “há riqueza suficiente no mundo para as
necessidades do homem, mas não para a sua ambição”.
E
o que nos legou Davos na sua conferência deste ano? Silêncio, tão-só.
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