sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Portugal. Governo “melhorzinho” que o anterior não aumenta as pensões de miséria. Viva a fome!




Mário Motta, Lisboa

O título em Notícias ao Minuto, de onde compilamos a notícia, é elucidativo. PCP quer mais aumentos nas pensões. O governo diz que não é possível. Já era de esperar.

Se fosse um rombo causado por especuladores, banqueiros vigaristas ou outros da mesma espécie já o governo corria a safar a situação com milhares de milhões de euros a fundo perdido, à custa dos portugueses, da fome e da miséria, claro. Como é para aliviar as carências impostas por pensões de pouco mais de 100 euros, de 200 e até que não chegam aos 500 ou 600 euros mensais, já não é possível.

Pois. Assim não é possível. O possível é não existir um teto que não permita pensões supervalorizadas e que atingem dezenas de milhares de euros (olhem o exemplo da pensão de Ricardo Salgado), ou mais de uma dezena de euros, como o exemplo de Cavaco Silva e outros da espécie gananciosa que tão bem conhecemos. Se umas são pagas por contas dos bancos (via roubos) outras são pagas por contribuições de todos os portugueses. Essas, pelo menos, devem ter um teto que não deveria poder ultrapassar os 4 mil euros mensais. Quanto às pensões escandalosamente milionárias são imorais e algo deve ser feito para as travar. Não é possível? Dá Deus nozes a quem não quer ter dentes.

O PCP quer mas não pode decidir por ele somente. O governo pode decidir e reformular todo o sistema de pensões mas não quer. Assim se vê quem é quem e ao que vêm e vão os partidos políticos de um sistema absolutamente apodrecido que aceita que existam portugueses de primeira, segunda, terceira e até de quarta categoria. Uns quantos podem dispor diariamente de pensões  escandalosas da ordem de mais de 3 mil euros por dia, em número muito maior podem existir os que podem contar diariamente com cerca de 400 euros por dia (caso de Cavaco)… Nesta selva desumana a plebe, farta de trabalhar, de enriquecer os parasitas e salafrários do costume, conta com pensões de 5 a 9 euros por dia, com sorte de 12 a 25 euros por dia – que não é a maioria.

Os critérios deste governo, como de outros anteriores, inserem-se na devassa dos direitos, liberdades e garantias da maioria dos cidadãos para produzir benefícios imorais para uma elite que nos recorda os “Vampiros” do Zeca Afonso e as verdades na canção-poema contidas.

É evidente que este governo PS não está a conseguir sacudir os seus tiques do “arco da governação” à direita, só tem o mérito de se estar a esforçar para ser um governo melhorzinho que o dos da direita radical que por quatro anos condenou os portugueses à miséria, à fome, às cantinas fascizantes da caridadezinha do Mota Soares, então ministro da pseudo Segurança Social.

Um governo PS “melhorzinho” que o de Cavaco-Passos-Portas não basta para tornar possível mitigar tantas injustiças. Costa, sobreviver nesta vida custa-nos muito, Costa!

A notícia. (MM/PG)

PCP quer mais aumentos nas pensões, Costa diz não ser possível

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, instou hoje o primeiro-ministro a aumentar ainda mais os rendimentos dos pensionistas, mas António Costa afirmou não haver condições para "ir mais longe" durante o ano de 2016.

Durante o debate quinzenal que decorreu hoje na Assembleia da República, o deputado Jerónimo de Sousa questionou o Governo acerca do aumento das pensões e reformas.

"Depois de anos de congelamento da grande maioria das pensões, e os cortes vários e por várias vias do seu valor - particularmente nestes últimos quatro anos - a decisão de descongelamento pelo seu Governo é claramente insuficiente, tendo em conta a elevada perda do poder de compra verificado", afirmou o deputado.

Em resposta, o primeiro-ministro referiu que o Governo também gostaria de "poder ir mais longe", não havendo, porém, condições para tal.

"Gostaríamos de ir, sim, gostaríamos de poder recuperar nos anos futuros, sim, mas neste ano de 2016, neste condicionamento, não temos condições de poder assumir que iremos mais longe do que aquilo que fomos e que anunciámos ir", sublinhou Costa.

O chefe do Governo frisou que grande parte das medidas que o seu executivo tem adotado "não constituem novos avanços, constituem simplesmente a reposição de direitos que tinham sido sacrificados".

"Em grande medida é simplesmente fazer uma coisa que até devia ser simples e que nem devia merecer grande espanto, que é simplesmente cumprir a Constituição da República Portuguesa, como lei fundamental do nosso Estado de direito", firmou.

António Costa defendeu também que a atualização de pensões já feita "é bastante superior àquela que tinha existido nos Governos anteriores e àquela que se manteria se o Governo não tivesse mudado", e que permite "abranger dois milhões de pensionistas, comparativamente aos 520 mil que eram anteriormente atingidos".

Durante a sua intervenção, Jerónimo de Sousa argumentou não estar a "inventar direitos novos", mas sim "a repor aquilo que é justo, aquilo que pertencia e pertence aos trabalhadores e aos reformados e pensionistas", ressalvando que a realidade de agora "é diferente" daquela que se vivia há um ano.

Os seis minutos a que o PCP tem direito para intervir permitiram ainda ao líder comunista abordar as privatizações programadas pelo anterior Governo, alegando ser necessário "devolver ao país aquilo que é do país, as suas empresas e setores estratégicos".

"Estou confiante que iremos conseguir cumprir o que está estabelecido no programa de Governo", afirmou o primeiro-ministro relativamente à TAP.

Quanto à Carris e ao Metro, António Costa sublinhou que o Governo "não vai concluir os contratos que não estavam concluídos", advogando ser fundamental "manutenção [destas empresas] na esfera pública, quer quanto à propriedade quer quanto à gestão, numa lógica de descentralização pelas autarquias locais".

Relativamente à CP carga, o primeiro-ministro vincou que "nos próximos anos o país vai ter que melhorar cada vez mais a quota de mercadorias que circulam pela ferrovia", considerando "essencial a ligação da ferrovia a Sines", assim como "as melhorias na linha de Aveiro à Europa" e a boa articulação entre o transporte marítimo e ferroviário".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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