segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

CABO VERDE CRIA COMPANHIA NACIONAL E ESCOLA DE CIRCO SOCIAL



O circo nacional de Cabo Verde - Circriolo - estreia-se na terça-feira, na cidade da Praia, com 60 jovens artistas circenses, num projeto do Ministério da Cultura cabo-verdiano em parceria com o Brasil e Portugal.

Depois de dois anos de pesquisa e formação em Cabo Verde e no Brasil, 60 artistas circenses cabo-verdianos dos bairros Achada S. António, Achada Grande, Safende, Tira-Chapéu e S. Pedro, dirigidos pela professora e artista de circo brasileira Lígia Veiga, vão estrear-se num espetáculo, que decorrerá no Parque 5 de julho, na cidade da Praia, onde a companhia terá a sua sede.

A criação do Circo Nacional de Cabo Verde insere-se na política de estímulo a criação artística do Governo através do Plano Estratégico Intersetorial da Cultura que definiu como "meta a criação de uma instituição circense com fundos públicos, que seja simultaneamente uma companhia, uma escola social e um centro de formação", explicou o Ministério da Cultura em comunicado.

O projeto pretende valorizar "as múltiplas expressões culturais e artísticas cabo-verdianas na construção da identidade de um circo crioulo contemporâneo" que integrará a rede "Cirques du Monde".

O Circriolo resulta de uma parceria iniciada em 2013 com o Circo Crescer e Viver, do Rio de Janeiro, e terá como núcleo central jovens ligados ao grupo Enigma, que vinha fazendo trabalho na área do circo em Cabo Verde, e que receberam formação no Brasil para integrarem a companhia nacional de circo.

"Estes jovens serão os multiplicadores da base técnica e artística que pretendemos ver em cada bairro e em cada ilha do país, num esforço de captação de talentos que formarão o circo nacional", que será artisticamente marcado por elementos da identidade e culturas cabo-verdianas, segundo o Ministério da Cultura.

Por outro lado, e no âmbito do projeto, o ministério pretende levar a Cabo Verde profissionais de circo com "larga e comprovada experiência" como diretores, encenadores, acrobatas, malabaristas, palhaços, iluminadores, entre outros, oriundos da Europa e América Latina.

A par com a companhia nacional de circo, será criada uma escola de circo que será integrada no Conservatório Nacional das Artes, onde os alunos poderão ter um plano curricular com equivalência técnico-profissional.

O Circriolo tem consultadoria do diretor executivo do Circo Crescer e Viver (Rio de Janeiro), Junior Perim, do diretor artístico de La Central del Circ em Barcelona e membro da comissão de avaliação artística da Fédération Européenne des Escoles de Cirque Professionalles (Fedec), Roberto Magro, e de Ana Moraes e Jorge Rui Martins, que há quase duas décadas dirigem a produtora Ideias Peregrinas (sediada em Portugal).

Conta ainda como mestres a professora Lígia Veiga, a especialista e artista de circo Marília Felippe e o palhaço Márcio Libar, autor do 'best seller' "A Nobre Arte do Palhaço".

O projeto conta com o apoio das Nações Unidas, Embaixada do Brasil e Cooperação Portuguesa.

CFF // VM - Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana