Hong
Kong, China, 30 abr (Lusa) -- A China negou permissão para o porta-aviões USS
John C. Stennis e outros navios da sua escolta acederem a um porto de Hong
Kong, informou a CNN, citando fonte do Departamento de Defesa dos Estados
Unidos.
"Informaram-nos
recentemente que um pedido para realizar um 'escala' em Hong Kong por parte do
USS John C. Stennis e de outros barcos que o acompanham foi negado",
disse, esta sexta-feira, o porta-voz do Pentágono Bill Urban, à cadeia de
televisão.
"Temos
um longo historial de 'escalas portuárias' bem-sucedidas em Hong Kong,
incluindo a atual do USS Blue Ridge e esperamos que continue a ser assim",
afirmou Urban, indicando que, de momento, os Estados Unidos desconhecem o
motivo pelo qual a China rejeitou o acesso ao porto por parte do seu
porta-aviões.
Tratou-se
da primeira vez que um navio da Marinha dos Estados Unidos viu-lhe ser negada
permissão para aportar em Hong Kong desde agosto de 2014, segundo o porta-voz
do Pentágono.
O
'não' de Pequim tem lugar duas semanas depois de o secretário da Defesa dos
Estados Unidos, Ashton Carter, ter defendido, a partir das Filipinas, que se
preserve de, forma pacífica, a prosperidade do Mar do Sul da China, e de ter
visitado precisamente o USS John C. Stennis, localizado então numa zona
disputada pela China, Taiwan, Vietname e Filipinas.
Nessa
visita, Ashton Carter confirmou que os Estados Unidos e as Filipinas efetuam
patrulhas marítimas no Mar do Sul da China e anunciou o aumento da presença
militar naquele país asiático.
"Esperamos
que os Estados Unidos possam fazer corresponder as suas palavras com as suas
ações e contribuir para o desenvolvimento pacífico das disputas",
respondeu Lu Kang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em
conferência de imprensa, em Pequim, no mesmo dia da visita do secretário da
Defesa ao navio.
Numa
resposta escrita ao jornal South China Morning Post, enviada na noite de
sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China diz que os pedidos
de escala feitos por navios de guerra dos Estados Unidos são avaliados
"caso a caso em conformidade com os princípios de soberania e
circunstâncias específicas".
Hong
Kong, uma das duas Regiões Administrativas Especiais da China, a par com Macau,
goza de "alto grau de autonomia", exceto nas áreas da Defesa e das
Relações Externas, incluindo matérias relacionadas com visitas de navios de
guerra estrangeiros, que são da competência exclusiva do Governo central
chinês.
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