Vieira
da Silva tem uma resposta aos apelos do PSD para um acordo para a reforma da
Segurança Social: não está disponível. E o motivo é simples. O ministro que
tutela a Segurança Social diz que o que o separa dos sociais-democratas
"são opções de modelo social, são opções de fundo" com
"diferenças que não adianta escamotear".
No arranque
do segundo dia de debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2017,
Vieira da Silva não poupou críticas ao que considera ser o objetivo da direita
na várias vezes reclamada reforma da Segurança Social.
Para
Vieira da Silva, PSD e CDS têm seguido uma linha de "desvalorização da
dimensão contributiva da Segurança Social" que levou a que na anterior
legislatura apenas as pensões mínimas não contributivas tenham sido alvo de um
aumento extraordinário.
O
ministro acha que esta opção feita pelo Governo de Passos e Portas não foi uma
"distração ou uma incompetência", mas "parte de uma política de
fragilização da Segurança Social pública, de opção dos mínimos dos mínimos, de
desvalorização imprudente da função contributiva para abrir a porta à
individualização da proteção, ao fragilizar do seguro social".
Porquê?
Segundo Vieira da Silva, "a grande ambição das várias direitas" é
"o início da privatização do negócio das pensões".
"A
nossa opção é uma opção de defesa da base pública e universal do seguro social
a qual tem de ser completada por medidas de diferenciação positiva no combate à
pobreza e que não deixa de estimular a opção complementar de reforço da
poupança individual", afirmou o governante, defendendo assim a opção deste
Orçamento de aumentar de forma extraordinária as pensões contributivas até 628
euros em mais dez euros.
"Esta
é uma medida socialmente justa por três razões principais: porque se orienta
para pensões inferiores a 628 euros, porque se dirige a pensões que perderam
nos últimos anos poder de compra, porque dá uma resposta a pensionistas com
longas carreiras contributivas", defendeu.
Vieira
da Silva recordou que este aumento extraordinário beneficiará cerca de 1,5
milhões de pensionistas, argumentando que se trata de "compensar parcialmente
um corte real de rendimentos que se pode equiparar a um corte de uma
mensalidade da sua pensão" ocorrido durante a anterior legislatura.
"Trata-se
de uma diferenciação que é justa para os pensionistas que mais sofreram
com o congelamento das pensões", argumentou.
Margarida
Davim – jornal i
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