DE
ARGEL AO CABO, ANGOLA E CUBA CONSTITUIRAM, NA “TRINCHEIRA FIRME DA
REVOLUÇÃO EM ÁFRICA”, A INEXPUGNÁVEL LINHA DA FRENTE PROGRESSISTA CONTRA A
INTERNACIONAL FASCISTA NA ÁFRICA AUSTRAL
Martinho Júnior, Luanda
1
– Derrotado, por via da Luta Armada de Libertação Nacional, na Argélia o
colonialismo francês, derrotado o colonialismo português pela mesma via, na
Guiné Bissau, em Angola e em Moçambique, derrotada a ingerência somali no
Ogaden (Etiópia), era urgente derrotar o regime retrógrado do “apartheid”,
realizando o grande salto libertário de Argel ao Cabo!...
Os
progressistas africanos, os internacionalistas cubanos e os aliados
socialistas, bem como os progressistas de todo o mundo, respondiam assim em
África, de norte para sul, ao protagonismo do império colonial britânico, do
Cabo ao Cairo, precisamente em sentido inverso!
Em
toda essa saga, a diplomacia e a inteligência cubana, contingentes cubanos das
Forças Armadas Revolucionárias e internacionalistas civis dos mais
diversificados sectores (educação, saúde, transportes, construção…), deram um
contributo inestimável aos seus irmãos progressistas africanos, saldando uma
dívida histórica que ninguém como o povo cubano ousou alguma vez assumir.
É
pois legítimo que as embaixadas cubanas em África, em especial em Argel, em
Bissau, em Brazzaville, em Dar es Salam, em Luanda, em Maputo, em Windhoek e em
Pretória, todos os anos delineiem programas que marquem a memória dos mais
decisivos momentos desse “grande salto libertário”, de norte a sul de todo
o continente africano, berço da humanidade!
2
– Em Luanda a Embaixada de Cuba está-nos a habituar justamente a essa memória
histórica, patriótica, solidária e internacionalista, por redobradas razões:
Entre
Brazzaville e Dar es Salam, com o MPLA e a FRELIMO foi estabelecida a primeira
linha progressista, a linha de partida “informal” por que
aglutinadora de guerrilhas (incluindo a guerrilha do Che em África), contra a
internacional fascista na África Austral, que terminou com a derrota do
colonialismo português!
Por
fim, entre Luanda e Maputo constituiu-se a segunda linha, desta feita “oficializada”,
que viria a derrotar o “apartheid”… uma Linha da Frente que colocava
Angola, enquanto “trincheira firme da revolução em África” como o
mais inexpugnável baluarte!
Foi
em Angola que os progressistas africanos, os revolucionários cubanos, os
aliados socialistas e outros progressistas dos mais diversos países do mundo,
travaram algumas das maiores batalhas alguma vez ocorridas a sul do Equador…
Por
isso os programas anuais da embaixada de Cuba em Luanda, calam fundo a todos os
progressistas angolanos de várias gerações, entre os quais eu me encontro e por
isso merecem uma atenção especial para todos os antigos e novos combatentes das
duas margens do Atlântico Sul.
3
– É longo o programa previsto para este ano e só em Março, que em Angola é o “mês-Mulher” é
este o programa:
Comemoração
da memória dos combatentes caídos na batalha do Sumbe, onde da parte cubana só
estiveram civis que responderam ao ataque, alguns dos quais caíram na
ocorrência (alguns condutores que operavam os transportes em Angola e se
encontravam naquela cidade capital do Cuanza Sul);
Comemoração
da batalha de Cangamba, o lugar onde as FAR tiveram mais baixas num combate
singular em Angola;
Comemoração
da batalha do Cuito Cuanavale, decisiva para a afirmação da vitória
progressista na África Austral;
Comemoração
dos 40 anos da visita do Comandante Fidel de Castro a Angola, a convite do
camarada Presidente António Agostinho Neto.
O
mês de Março Mulher está carregado de simbolismo e de memória e, como se não
bastasse a saga heróica comum Angola-Cuba, em Luanda vai-se também assinalar o
aniversário da morte do Comandante Hugo Chavez, o grande impulsionador da
integração no continente americano a sul do México.
4
– Na apresentação do programa estiveram presentes muitos angolanos, entre eles
antigos combatentes que estiveram nas batalhas de Cangamba e Cuito Cuanavale
(membros das respectivas associações), assim como representantes da Federação
dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, da Associação Tchiweca de
Documentação e da Acção Social Para Apoio e Reinserção, eu próprio, autor
destas linhas.
A
Presidente da Organização da Mulher Angolana, a antiga combatente da guerrilha
Luzia Inglês, antecipou em representação de Angola, a simbiose da memória comum
no mês de Março-Mulher!
Haverão
romagens nessas comemorações, para uma vez mais lembrar os caídos, angolanos e
cubanos irmanados na Luta Armada de então e num momento que a longa Luta contra
o Subdesenvolvimento, em paz e com uma democracia multipartidárias garante de
Reconstrução Nacional, Reconciliação e Reinserção Social, motiva os angolanos e
os antigos combatentes das horas mais decisivas da África Austral.
À
cadência de cada batalha ganha, assim tem sido a saga comum Angola-Cuba onde
cabem hoje memórias que têm o condão de continuar a mobilizar as vontades
comuns para que África leve por diante os imensos resgates que ainda há por
realizar!
A
Luta Continua!
Venceremos!
Fotos
do dia: Apresentação
do programa comemorativo para 2017 por parte da Embaixada de Cuba e a presença
de antigos combatentes de Cangamba e Cuito Cuanavale.
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