Sobre
o referendo na Turquia foi anunciada a vitória do sim por pouco mais de 1%. Não
fosse a constatação da existência de boletins de voto “piratas” e na realidade
era possível afirmar com verdade que os eleitores turcos tinham votado no “sim”
aos poderes alongados e ditatoriais de Erdogan. Só que existem provas das denúncias
referentes a boletins de voto “martelados”. A oposição denunciou o evidente, a
fraude, com consistência, apoiada em factos, mas nem assim a imprensa
internacional deixou de se prestar a dar por certa a vitória do “sim”.
Não só o
regime de Erdogan manipula como também alguma comunicação social dá cobertura a
essa manipulação. O que pode estar em causa é uma fraude eleitoral ao estilo do
regime de Erdogan. Sendo assim o resultado da consulta referendária aos
eleitores turcos pode ser um “nim” ou um categórico “não” às pretensões
ditatoriais erdoganianas. O tempo o dirá mas não é de descartar que tudo fique
como está e a fraude seja mesmo vencedora com um “sim” que dará poderes de
sagrado ditador a Erdogan. Ao dispor mais notícias se continuar a ler. (PG)
Mais
poderoso, Erdogan fala na pena de morte e pode governar até 2029
Vitória
à justa do 'Sim' no referendo
O
‘Sim’ venceu no referendo sobre as alterações constitucionais na Turquia. Com
perto de 99% dos votos contados o ‘sim’ liderava, com 51,3% dos votos, contra
os 48,7% de votos no ‘Não’. Só dentro de dias os resultados serão oficialmente
confirmados. No entretanto, há queixas na oposição, ao mesmo tempo que o poder
de Erdogan cresce.
O
Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata e principal força da
oposição) criticou a decisão da Comissão Eleitoral em aceitar como votos
válidos boletins que não possuíam o seu carimbo. A recontagem pedida pode
implicar cerca de 2,5 milhões de votos, acrescenta o The New York Times.
Entre
os especialistas referidos pelo jornal nova-iorquino salienta-se que a vitória
foi por uma diferença mais escassa do que a dada altura as análises apontavam.
Em
Istambul, onde fez o seu discurso, Erdogan falou numa vitória histórica. E
abriu caminho a um outro referendo, que provavelmente acabaria com as hipóteses
de a Turquia algum dia aderir à União Europeia.
Como
dá conta a Reuters, Erdogan admitiu falar com o primeiro-ministro Binali
Yildirim sobre a hipótese de levar a referendo a pena de morte. Caso fosse
reinstituída, a medida implicaria o fim das negociações, já que a pena de morte
é uma das ‘linhas vermelhas’ impostas por Bruxelas para a adesão de um membro
novo.
Desde
a tentativa de golpe de Estado, em julho do ano passado, que Erdogan tem
aumentado o seu poder no país. Foram aos milhares as detenções e afastamentos
nas semanas seguintes ao golpe falhado.
Ao
mesmo tempo, a popularidade de Erdogan no país mantém-se. E em 2019 as eleições
poderão repetir-se. Como as regras são reformuladas, o presidente turco poderá
ir a votos. E caso se mantenha líder durante dois mandatos, pode muito bem vir
a governar o país até 2029.
A
propósito deste referendo, saliente-se, o Notícias ao Minuto entrevistou recentemente o embaixador da Turquia em Portugal.
Pedro
Filipe Pina | Notícias ao Minuto
Principal
partido da oposição da Turquia pede anulação do referendo
O
principal partido da oposição da Turquia, Partido Republicano do Povo (CHP,
social-democrata), pediu hoje ao conselho eleitoral para cancelar os resultados
do referendo de domingo devido a irregularidades no escrutínio.
Bulent
Tezcan, vice-presidente do CHP, defendeu haver "apenas uma maneira de
acabar com as discussões sobre a legitimidade do voto e deixar as pessoas à
vontade, que é o Supremo Conselho Eleitoral cancelar a votação".
A
decisão sem precedentes daquele conselho de aceitar como válidos boletins sem o
carimbo oficial originou indignação entre os partidos da oposição.
Tezcan
disse que não é possível as autoridades determinarem quantos boletins de voto
deram entrada de forma irregular.
O
"sim" venceu o referendo destinado a reforçar os poderes
presidenciais na Turquia com 51,37% após a contagem dos boletins de 99,45% das
urnas.
Lusa
| em Notícias ao Minuto
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